6 de agosto de 2009

Usos Estranhos da Escritura


Querendo ser mestres da lei, quando não compreendem nem o que dizem nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas. Sabemos que a Lei é boa, se alguém a usa de maneira adequada. Também sabemos que ela não é feita para os justos, mas para os transgressores e insubordinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreverentes, para os que matam pai e mãe, para os homicidas, para os que praticam imoralidade sexual e os homossexuais, para os sequestradores, para os mentirosos e os que juram falsamente; e para todo aquele que se opõe à sã doutrina. Esta sã doutrina se vê no glorioso evangelho que me foi confiado, o evangelho do Deus bendito. (1 Timóteo 1.7-11)



As falsas doutrinas às quais Paulo se refere têm a ver com “mitos e genealogias intermináveis”. É possível que ele tenha em mente uma forma de misticismo judaico que reunia histórias e árvores genealógicas elaboradas. Embora essas poderiam estar mescladas com o que tais pessoas encontravam no Antigo Testamento, elas não vinham do Antigo Testamento, mas eram construídas pela imaginação deles. Dessa forma, o ensino deles não era baseado numa interpretação clara da Lei, mas numa mistura perigosa de referências bíblicas com uma coleção de afirmações privadas, distorcidas e especulativas.

Não é importante determinar a natureza exata das falsas doutrinas, visto que sabemos o suficiente a partir do que Paulo diz explicitamente na carta. Isto é, os falsos mestres se apresentavam como mestres da Lei, mas não usavam a Lei de maneira adequada. E esse uso inadequado da Lei tem a ver com ou é evidenciado pelos “mitos e genealogias intermináveis” em seus ensinos. A réplica de Paulo declara novamente o intento e propósito correto da Lei - definir iniquidades e condenar transgressores. Expõe a rebelião do homem, e revela tudo o que é contrário à sã doutrina e tudo que falha em se conformar ao evangelho. Ao usar a Lei como um livro fonte de sabedoria estranha e para alimentar suas fantasias esotéricas, os falsos mestres capacitavam as pessoas a se sentirem e parecerem religiosas sem ter que confrontar a força verdadeira dos seus ensinos.

Esta abordagem da Escritura é atrativa aos pecadores, pois permite-os demonstrar certa admiração pela revelação de Deus sem ter que reconhecer sua mensagem. Dessa forma, ela tem continuado até hoje em várias formas. Os exemplos são inúmeros. Alguns têm transformado as regras dietéticas da Lei em programas para perda de peso. Seus materiais prestam serviço labial à sabedoria exaustiva de Deus, mas eles se referem aos benefícios na área de saúde que eles alegam conferir essas regras, e não às preocupações da Lei com respeito à limpeza espiritual, pecado e expiação, e sua predição de um Salvador. Em vez de extrair o verdadeiro valor da Lei, eles fazem zombaria dela.

Então, há aqueles que vasculham toda a Bíblia na tentativa de descobrir referências obscuras a dinossauros, gigantes e alienígenas, ou códigos ocultos no texto contendo predições sobre tiranos, guerras, assassinatos, tsunamis e colapsos econômicos, recentes e do futuro. Como Paulo disse, eles querem ser mestres da Bíblia, mas não sabem sobre o que estão realmente falando ou o que tão confiantemente afirmam. Seus ensinos estranhos apelam àqueles que querem dar a aparência de ser cristãos, mas que na realidade desejam uma religião que é vastamente diferente do que a Bíblia ensina.

A abordagem apropriada da Bíblia é considerá-la como o que ela se apresenta ser. A Bíblia é um registro escrito da parte de Deus, uma revelação, sobre si mesmo e sobre suas interações com a humanidade. É sobre o poder e a justiça de Deus, sobre a depravação e o fracasso do homem, e então sobre a graça de Deus e o sacrifício de Cristo, sobre sã doutrina e adoração correta, e sobre o destino designado de cristãos e não cristãos. A Bíblia não é um livro de doutrinas estranhas e esotéricas, escrito para alimentar especulações doentias ou entreter os homens com contos de fada. Ela foi escrita para instruir e capacitar o povo de Deus, e para servir como um testemunho contra aqueles que se apartam dele.


Por Vincent Cheung
Traduzido por Felipe Sabino de Araújo Neto
via:
Monergismo

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