30 de agosto de 2009

"Blogs que se escrever-se-ão-se sozinhos a si mesmos"


Título maluco? Imagina! Pleonasmo vicioso e errado é pouco para ilustrar o absurdo de achar que os blogs se escrevem sozinhos, que têm vida própria, personalidade e raciocínio. Mas é assim que eu tenho pensado que alguns blogueiros veem a blogosfera depois de ler textos meus atribuídos aos blogs que os publicam ou republicam.

Texto Tal

Corpo do texto.

Autor: (- O blog?)
Fonte: Blog

Foi o blog sozinho quem escreveu o texto? Não. O autor é uma pessoa, dotada de personalidade, inteligência, emoções, criatividade e nome. Mas quem? Bom, meu blog nunca escreveu nada pra mim. Nem um bilhete. Nem os outros blogs.

Reconheçamos os blogueiros que dão duro para escrever os textos bons que divertem, edificam, e de que nós gostamos. Valorizemos os autores que recomendamos, citamos e republicamos em nossos blogs.

É muito simples fazer isso: basta darmos os devidos créditos e ostentarmos links aos blogs deles.

Por um lado, não dói, não dá trabalho, não deixa o blog feio. Por outro lado, é justo, é ético, é bom, e, sobretudo, é o que Jesus faria se fosse um blogueiro! – tenho certeza disso – porque, da mesma forma que ele pagou impostos, ele mandou dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Mateus 17.24-27; 22.16-20).

Paguem a todos o que lhe é devido. Digno é o trabalhador de seu salário. E a quem merece respeito e honra, respeitem e honrem. Esforcem-se por fazer o bem a todos. (Romanos 13.7; Lucas 10.7).

Então vamos incentivar nossos colegas blogueiros. Deixemos o desleixo, a copiagem irresponsável, a falta de ética bloguística e as alterações textuais não autorizadas. Demos os devidos créditos aos autores. É o mínimo que devemos fazer.

Pessoal,
veja a problemática:

Se você altera um texto alheio, sem autorização, e vem a causar prejuízo ou ofensa que o autor não pretendeu a terceiro, você está pronto a arcar com as consequências disso perante o autor e o terceiro? Ou vai agir ainda pior, deixando que o autor do texto se responsabilize por palavras que ele não disse? É uma questão complicada. E nós blogueiros temos que ter o mínimo de prudência e respeito para com os escritores e leitores.

Também pode acontecer de o texto gerar réplica, debate e ofensa ao autor, que ele não previu. Então, como o autor vai poder treplicar – ou se defender – sem ser cientificado pela pessoa que usou seu texto e não postou o endereço no blog para que o autor fosse diretamente procurado pela pessoa que contestou seu texto (ou que lhe ofendeu)? Você já pensou nisto?

Quanto ao seu blog ou site... é comercial? Você o utiliza para ganhar uns trocados? Você já pensou que os autores dos textos que você utiliza podem não querer que você lucre usando o conteúdo deles porque eles próprios não querem lucrar com o que produzem?

Alguém pode estar se perguntando: “Poxa... o Avelar está pegando pesado”, “...está querendo aparecer com este texto” etc.

Não é nada disso. Quero que fique bem claro que eu não escrevo por audiência ou dinheiro. Eu tenho meu trabalho para me sustentar e escrevo porque gosto de me expressar.
Não pretendo, falando em cristianismo, em meu Senhor e no evangelho obter vantagens. Nem por isso quero que meu trabalho ou o dos colegas blogueiros seja desrespeitado ou menosprezado. E por um “simples” fato: envolve esforço, compromisso e responsabilidade.

Cristianismo, palavra de Deus e evangelho não são produtos. Cristianismo é discipulado, vida. A palavra de Deus é a verdade (João 17.17) e é eterna. O evangelho é testemuho, é “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1.16): é missão da igreja de Jesus Cristo anunciá-lo – e eu não me sentiria confortável em ganhar um centavo sequer para compartilhar isso com alguém, para negociar o poder de Deus que me salvou ou crescer em cima disso (ao contrário de certos "televangelistas" e "apóstolos" que imploram luxo e dinheiro na TV).

Assim, caros irmãos, vamos ser justos, leais com o próximo, respeitar as intenções, as mensagens, os autores e continuar fazendo da blogosfera um espaço mais e mais parecido com o reino dos céus em bytes – para a glória de Deus, nosso Senhor, apenas. Em termos de ética e bom exemplo, devemos ser a vanguarda.

Espero que tenha valido a reflexão. Deixo-lhes meu abraço fraterno e o texto de
Romanos 13. 7-10:

"Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra. A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor."

28 de agosto de 2009

Paródia: Melô do Pastor Sem-Vergonha


Melodia:
Assim Caminha a Humanidade – Lulu Santos
(Primeiro tema da noveleca Malhação da Rede Glóbulo)

Eu vou abrir uma franquia
De igreja de milagreria.
Natural ser rico assim,
Tanto pra você quanto pra mim!

Se eu pôr um anúncio na rádio,
Logo você vai ser fisgado.
E traz sua grana pra mim
Em troca de milagre e mais dindim.

Se Deus curar você aqui,
A fama vai ficar pra mim.
Daí a gente vai ficar feliz...
E eu ainda lucro mais!

(Instrumental)

Mas e se tudo der errado
Nem vem me encher o saco, estás ferrado
Eu culpo sua falta de fé:
Eu saio bem, você é que é o Mané.

Nem tente fazer essa cara,
Seu beiço não vai mudar nada!
Você creu numa fantasia
Levado pela sua própria cobiça.

Agora vai ficar tristim?
Problema é todo seu. Que ruim!
Não queria estar no seu lugar.
Apenas não perturbe maaaaais!

Não perturbe mais!
Rapaz!
Ê

(instrumental)

Agora vai ficar tristim?
Problema é todo seu. Que ruim!
Não queria estar no seu lugar.
Só dá a meia-volta e sai!
Não perturbe mais!
Não mais!
Ê
Não perturbe mais!
Rapaz!
Nunca mais!
Ê

23 de agosto de 2009

O Armagedom da Moda. E de Como [não] Reconhecer um Crente.

Definitivamente a gente escuta muita coisa esquisita na vida. E isso falando em qualquer assunto. Uma tarde, na época em que eu fazia faculdade, conversávamos sobre várias coisas, e eu não lembro o que houve que uma colega me perguntou:

- Ah, e você é crente, Avelar?!
- Sou, sim. Você não sabia? - e perguntei rindo - Será que eu me comporto tão mal assim que você ainda não tinha percebido?
- Não. É que você não parece com crente, Avelar. Eu até cogitei a hipótese, mas sei lá... Você sempre sorri, ri, conta piada e conversa com todo mundo...
- E por acaso crente não faz isso, não?
- Bom, eu não conheço crentes assim. Geralmente é um pessoal sério que só anda de roupa social e com a Bíblia debaixo o braço... E você não é assim. Então eu achei que você não era crente.

E por aí você vê como o povo conhece um crente: uma figura tipicamente antipática e sisuda. Mas é que as pessoas no geral julgam pela aparência e pela primeira vista, o que as pode levar a equívocos gigantescos. Sem contar as generalizações e os estereótipos baseados até mesmo em casos isolados.

Narrando esse episódio para um amigo meu, ele me disse que isso já tinha acontecido com ele, alguém não achar que ele fosse crente por causa de uma informalidade banal:

- "Ela me disse que até pensava que eu era crente. Mas quando viu que eu mascava chiclete e andava de chinelo descartou a idéia na hora!"

Quer dizer, agora crente não pode mais mascar chiclete e andar de chinelo?! Isso, sim, é que é um preconceito inusitado!

Essa típica mania de julgar pelas aparências e de medir pessoas com os olhos, além de pecado é muito feia. Permanece na cabeça das pessoas que o crente: a) se é homem, é o sujeito de semblante sério, bem-vestido ou vestido formalmente e de Bíblia na mão ou debaixo do braço; b) se é mulher, é aquela de saia nos tornozelos, cabelo grande, sem maquiagem, sem cabelos tingidos e que anda com a Bíblia na mão ou na bolsa.

Ainda tem os estereótipos "plus", que permitem adivinhar com certa margem de acerto de que igreja a pessoa é: a) se veste camisa branca, gravata e calças escuras, mochila e um crachá no bolso é mórmon; b) se usa roupa social, cabelo repartido e penteado para um lado e uma pasta de couro ou uma pasta transparente cheia de papeis, é testemunha-de-jeová; c) se definitivamente não usa qualquer tipo de maquiagem, não passa uma tesourinha sequer no cabelo nem cobre os fios brancos da cabeça com tinta, é da Congregação Cristã no Brasil ou de uma igreja pentecostal...

Mas um dia apareceu uma cena alucinante, da qual eu jamais, em toda a minha existência, efêmera por aqui porém eterna no reino dos céus, me olvidarei - never, ever and ever: uma senhora testemunha-de-jeová que usava um terninho feminino com saia, que seria muito elegante não fosse numa padronagem de oncinha do topo ao rodapé. Foi inédito. Foi uma Sessão da Tarde. Foi... 101 Dálmatas! Tão, tão impagável que eu me segurava para não rir! De onde a mulher tinha saído, de algum programa de música brega? Fiquei com tanta pena dela que quase ofereci minha própria toalha para ela não sair com aquilo pela rua. Espero que o IBAMA não a tenha devolvido à mata pensando que ela tivesse escapulido de lá. Seria até legal se ela andasse com uma placa "Proteja a onça-pintada", conscientizando as pessoas da importância da preservação do meio-ambiente... Ela foi atingida pelo Armagedom da moda e não sabia.

Enfim, não se conhece uma pessoa pela aparência sempre. Mas algumas coisas que nunca mudam terminam por criar uma espécie de jurisprudência do julgamento à primeira vista que nos permite passar muita vergonha de nós mesmos e ser pegos de surpresa de vez em quando: seja o juiz de cabelo comprido, o crente com tatuagem, o policial a paisana... O visual de uma pessoa pode dizer algo, mas não diz tudo. As atitudes é que gritam. E por mais que devamos nos vestir com decoro e bom-senso, não é apenas por isso que devemos ser conhecidos como discípulos de Cristo, e sim pelo amor e pela identidade de vida com ele.

Pra terminar isso, eu vou citar um causo que aconteceu comigo e que me deu muita raiva: Moro a cinco minutos da igreja que frequento. E meu estilo é calça jeans ou cargo, camiseta e tênis. Também corto meu cabelo curto e raramente o penteio - é prático. Todos os domingos passava por um senhor que era pastor na igreja aqui da esquina. Nós sempre nos cruzávamos e ele sempre me via passar com uma Bíblia de zíper debaixo do braço quando cada um de nós ia ao templo.

Pois bem, eu sempre o cumprimentava e ele nunca respondia, até que chegou o dia que passei a ignorá-lo, apesar de suas cãs.

Um belo dia, antes de ir à igreja, eu decido que vou de terno e gravata. Saí todo arrumadinho e com a mesma Bíblia debaixo do braço. Nesse belo dia, o mesmo pastor que nunca falava comigo, apesar de me ver todos os domingos com a biblinha debaixo do braço indo para a igreja diz: "Boa noite, irmão!"

Nem lembro se respondi e o que teria dito. Mas eu me lembro do que pensei: veio na minha cabeça: por que não pará-lo tirar parte do terno e, erguendo-as bem alto diante dele, falar para o blazer e para a gravata: "Vamos, pessoal, respondam ao senhor aqui! Ele está cumprimentando vocês!"... Parece que minha amiga que falava de crentes antipáticos não estava totalmente sem fundamento.

[Atualizado para correções em 11/03/2012]

19 de agosto de 2009

Nos lábios e no coração. Ou não.

É muito engraçado andar pela rua ou conversar com amigos e perceber que alguém está citando a Bíblia com palavras pouco convencionais ou inventando inocentemente coisas que não existem lá.

Certa feita, eu andava pela praça onde pegamos ônibus para a cidade vizinha, e vi dois homens conversando. O jeito de falar e de vestir de ambos não deslumbrava, muito pelo contrário, seriam os típicos matutos que a gente vê todo dia. “Triste do caba que confia nôto” – disse um deles. E eu logo me lembrei de Jeremias 17.9 e sorri para mim mesmo, enquanto fingia prestar atenção no livro que trazia comigo.

Outra vez, estávamos imaginando como seria Gênesis na voz de um surfista... (Isso depois de vermos "The Cockney Bible", ou, em português, "A Bíblia Cockney" - Histórias da Bíblia traduzidas numa antiga gíria britânica que consisitia em juntar duas palavras com algo em comum mas o significado seria uma palavra que rima com a segunda delas. Exemplo em português: “Eu gosto de comer pé e mão com então e pois” – eu gosto de comer feijão com arroz.) ...

“Começou só morgação... tinha nada. Deus falou ‘Aê luz, chega junto!’ e a luz chegou. [...] E Deus fez o cara e a mina e disse ‘Ficou massa.’ E Deus achou tudo muito legal.”

Falando sobre a transformação dos que estiverem vivos para o encontro com o Senhor nos ares, já vi gente dizer que ia “subir pro céu com tripa e tudo” para dizer que teremos os corpos transformados.

Mas engraçados são aqueles versículos que não existem em lugar algum, que crente velho insiste em achar que tem: um amigo de um amigo detestava desperdício de comida, e para justificar seu estranho hábito de gula (após o almoço comia tudo o que foi deixado na mesa), ele dizia que estava escrito na Bíblia: “E Deus amou a limpeza”. Além de não existir esse verso, a “limpeza” dele era “comer até não sobrar nada”. Parece que na bíblia dele esse verso substitui os que condenam a gula.

Também sempre tem o político que sobe no palanque e adora dizer que “Como disse Deus, ‘Esforça-te que eu te ajudarei’” – essa arranca muitas gargalhadas, mas apesar de não estar na Bíblia assim, tem inúmeras referências onde Deus manda o povo se esforçar e promete seu auxílio.

Enfim, eu me divirto ouvindo versículos que espontaneamente brotam do nosso jeito de falar, com nossos regionalismos e gírias.

O pessoal diz que eu sou “espontâneo demais”, mas uma vez quase soltei a pérola de traduzir, a pedido de uma missionária, a história da multiplicação dos pães, que ela contava em inglês para uma turma do clube de inglês, da seguinte forma: “E os discípulos perguntaram: que é que tá pegando, hein?”

A Bíblia certamente ganha um colorido especial quando é posta no dia-a-dia da gente na voz e no jeito das pessoas para a qual ela foi escrita. Mas o que me deixa realmente triste é o elitismo lingüístico e o preconceito que temos (alguns de forma inconsciente) contra traduções em linguagem mais simples. Várias pessoas condenam ou espalham boatos que tal Bíblia diz isso ou aquilo sem jamais haver lido ou conferido o assunto. É triste.

Minha maior decepção quanto ao assunto de linguagem e Bíblia foi ler a minha na casa de uma mulher pobre, sem educação, sem conhecimento prévio de Bíblia, amiga minha, num trecho do evangelho em que Jesus cura um doente: senti-me num pedestal. Comecei a traduzir toda a história para ela com palavras simples, pois percebi que ela não entendia algumas palavras eruditas do texto de minha Bíblia de cabeceira. (Desde então, tenho preferido e recomendado a NVI e a NTLH para evangelismo.)

(Para vocês terem uma ideia, em duas das minhas leituras completas da Bíblia eu fiz listas de palavras difícieis de entender para pessoas de média e de pouca cultura. E até na "Nova Tradução na Linguagem de Hoje" eu encontrei várias vezes a palavra "patrícios". Onde é que na "linguagem [do Brasil] de hoje" as pessoas costumeiramente usam a palavra "patrícios"? Só se for na linguagem de hoje do Império Romano! (Ah, e as listas ficaram grandes! ... E eu confesso com vexame: nunca olhei todas elas no dicionário. Para diminuir meu vexame, defendo-me: algumas eu não precisei.)

Se a Bíblia só fala a língua “dos dotô”, como a gente pode se surpreender de as pessoas não a conhecerem? Perguntem em suas igrejas o que significa chuva serôdia, primípara, beneplácito, imarcescível, coscorões, séquito, eira, arrazoar, unção, rapaces, propiciatório e o famigerado patrício! Nem sempre pelo contexto dá para deduzir alguns significados claramente. Felizmente algumas Bíblias vêm com vocabulários.

Não quero dizer que as traduções não devam ser respeitosas e bonitas, mas que os tradutores e pregadores devem fazer o possível para que a Bíblia seja simples, clara e inteligível a todos, ao invés de apenas culparem o governo pela deficiência de educação e tornarem a Palavra uma erudição primorosa e inatingível ao coração.

E pelo amor de Deus, nunca deixem de dizer para as pessoas que "dom" é um "presente" e que "graça" é um "favor que nós não merecemos".

16 de agosto de 2009

Se a TV é do cão, qual é o canal preferido dele?

Nesta semana todos acompanhamos os acontecimentos relacionados com a guerra dos gigantes da comunicação brasileira, a Rede Record e a Rede Globo.

De um lado, a Globo trouxe para a TV - e com grande destaque - a notícia já veiculada em vários jornais de que a Igreja Universal do Reino de Deus fora denunciada pelo Ministério Público por vários crimes como lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e ocultação de bens com a ajuda de empresas fantasmas, além de desviar o dinheiro das contribuições da Igreja Universal para a compra de empresas jornalísticas e bens particulares em detrimento da própria instituição, valendo-se da religião como pretexto para lucro e da isenção de impostos que têm os templos de qualquer culto.

Nas matérias, além de manchetes e trechos dessa pauta publicados em outros veículos de informação, a Globo utilizou imagens de fiéis doando dinheiro em cultos da Universal e de Edir Macedo treinando seus pastores para obter doações de fieis em tom de escánio da fé alheia - as mesmas imagens que Edir Macedo tentou judicialmente obrigar o Google a retirar do YouTube sem sucesso.

Por outro lado, a Record defende-se afirmando a legitimidade das ofertas dos fieis e a confiabilidade da Igreja Universal, e alega que os ataques desferidos são fruto da perda de audiência e, portanto, perda do monopólio da informação por parte da Globo, que teria de obtido financiamento público ilegalmente para a construção do Projac (prédio onde esta grava grande parte de seus programas), apoiado a ditadura militar, manipulado a opinião pública, citando casos clássicos como os de Brizola e de Fernando Collor, além de acusar a família Marinho de falsificação de documentos.

Agora tudo foi lançado no ventilador e a baixaria está generalizada. É hora de expor os esqueletos do armário do adversário e esforçar-se por evitar inutilmente que a própria reputação não seja danada em contrapartida. O fato é que ambos os concorrentes são podres, sabem disso, e a guerra está aí.

Infelizmente o que está acontecendo em termos de guerra midiática não vem de um arroubo de preocupação genuína dessas emissoras com o povo brasileiro, mas de uma sórdida disputa de interesses financeiros. Nada mais imoral que isso. Não fosse a gana por dinheiro, poder e influência desses dois demônios em conflito, a população poderia ser roubada até da própria alma que eles não estariam nem aí.

Assim, não importa quem ganhe essa batalha vil, da qual somos espectadores, a corrupção e a mentira continuarão por aí, sempre prosperando, seja no âmbito governamental, jornalístico ou religioso. Mas, pelo menos, a gente agora pode tirar proveito de conhecer algumas verdades antes omitidas por total falta de escrúpulos dessas empresas e abrir os olhos para não sermos tão crentes em qualquer coisa ou pessoa. Um pouco de desconfiança e ceticismo de vez em quando não fazem mal a ninguém. E nesse caso, então...

[Dizem as más línguas que Sílvio Santos não entrou nesse balaio de gatos ainda porque a Record já comprou "Pica-Pau" e "Bela, a Feia" (convenhamos: esta é da Televisa, a antiga paquera do SBT e a mesma produtora mexicana do Chaves; "Bela" é mais do mesmo gênero novelédia pastelão barata de mulher embarangada que fica bonita no final), e se o Bispo , que já anda arrastando asa para a Televisa, comprar "Chaves", o SBT vai à falência, já que não tem outra coisa para a gente assistir. "E todo cuidado é pouco nesse momento, não é, patrão?"

"É isso aí, Lombardi!"]



Torçamos para que justiça seja feita dessa vez e que os responsáveis punidos, porque, caso as denúncias apresentadas pelos dois lados estejam corretas, o povo brasileiro já sofreu, além de um grande prejuízo espiritual e intelectual, um enorme dano financeiro que precisam ser (e dificilmente serão) reparados.

E hoje à noite esta dupla de pugilistas que lutam entre si (e contra nós) vai ter outro "assalto". ;)

14 de agosto de 2009

Para Quem Pensa Estar em Pé (II) – versão para reformados e neopuritanos

Embora eu tenha sido criado num lar presbiteriano e numa igreja presbiteriana onde as doutrinas características do presbiterianismo reformado eram pregadas com certa regularidade, revoltei-me contra essas doutrinas quando retornei ao Evangelho em 1977, depois de vários anos afastado de Deus e da Igreja. Influenciado pela leitura das obras de Charles Finney e João Wesley, combati a ferro e fogo, com zelo de novo convertido, não somente os cinco, mas todos os pontos do calvinismo.

Foi um batista reformado, Charles Spurgeon, com sua exposição bíblica da doutrina da eleição, quem abriu meus olhos para que eu passasse a aceitar com regozijo a fé reformada. Faminto, passei a devorar a literatura reformada disponível. Mais tarde, fazendo meu mestrado na África do Sul, conheci a obra de Martyn Lloyd-Jones e dela para a literatura puritana, foi um breve salto.

Amo a literatura produzida pelos antigos puritanos. Sólida, bíblica, profunda, muito pastoral e prática. A santidade defendida e pregada pelos puritanos aqueceu meu coração e se tornou o ideal que eu decidi perseguir até hoje. Um breve resumo do pensamento puritano sobre a santidade está na Confissão de Fé de Westminster, no capítulo SANTIFICAÇÃO:

I. Os que são eficazmente chamados e regenerados, tendo criado em si um novo coração e um novo espírito, são além disso santificados real e pessoalmente, pela virtude da morte e ressurreição de Cristo, pela sua palavra e pelo seu Espírito, que neles habita; o domínio do corpo do pecado é neles todo destruído, as suas várias concupiscências são mais é mais enfraquecidas e mortificadas, e eles são mais e mais vivificados e fortalecidos em todas as graças salvadores, para a prática da verdadeira santidade, sem a qual ninguém verá a Deus.

II. Esta santificação é no homem todo, porém imperfeita nesta vida; ainda persistem em todas as partes dele restos da corrupção, e daí nasce uma guerra contínua e irreconciliável - a carne lutando contra o espírito e o espírito contra a carne.

III. Nesta guerra, embora prevaleçam por algum tempo as corrupções que ficam, contudo, pelo contínuo socorro da eficácia do santificador Espírito de Cristo, a parte regenerada do homem novo vence, e assim os santos crescem em graça, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus.
Era esse conceito de santificação que eu gostaria de ver difundido como sendo o conceito reformado. Contudo, recentes influências dentro do campo reformado, algumas delas chamadas de “neopuritanismo”, têm criado alguma confusão sobre o assunto.

Conforme escrevi num post anterior, o termo “neopuritanos” tem sido usado para designar os adeptos de um movimento recente no Brasil que inicialmente visava apenas resgatar a literatura dos puritanos e difundir seus ensinamentos em nosso país. Com o tempo, o movimento passou a usar determinadas doutrinas e práticas como identificadoras dos verdadeiros reformados, tais quais o cântico exclusivo de salmos sem instrumentos musicais no culto, o silêncio total das mulheres no culto, a interpretação de “o perfeito” em 1Coríntios 13.8 como se referindo ao cânon do Novo Testamento (posição contrária à de Calvino), uma aplicação rigorosa e inflexível do princípio regulador do culto e outros distintivos semelhantes. Há o grande risco de que se caia na tentação de associar a santidade com esses pontos. Sinto que os seguintes comentários poderiam ajudar a esclarecer o assunto.

1. A santidade deve ser buscada ardorosamente sem, contudo, perder-se de vista que a salvação é pela fé, e não pela santidade – Muitos seguidores modernos dos puritanos tendem à introspecção e a buscar a certeza da salvação dentro de si próprios, analisando as evidências da obra da graça em si para certificar-se que são eleitos. Não estou dizendo que isso está errado. A salvação é pela fé e, no meu entendimento, a certeza dela está ligada ao processo de santificação. Contudo, puritanos de todas as épocas correm o risco de confundir as duas coisas. Se a busca contínua pela santidade não for feita à luz da doutrina da justificação pela graça, mediante a fé, levará ao desespero, às trevas e à confusão. Quanto mais olhamos para dentro de nós, mais confusos ficaremos. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas; e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9) Não estou descartando o exame próprio e a análise interior de nossos motivos. Apenas estou insistindo que devemos fazer isso olhando para Cristo crucificado e morto pelos nossos pecados. Somente conscientes da graça de Deus é que podemos prosseguir na santificação, reconhecendo que esse processo é evidência da salvação.

2. A santidade não se expressa sempre da mesma forma; ela tem elementos culturais, temporais e regionais – Sei que não é fácil distinguir entre a forma e a essência da santidade. Para mim, adultério é pecado aqui e na China, independentemente da visão cultural que os chineses tenham da infidelidade conjugal. Contudo, coisas como o uso do véu pelas mulheres me parecem claramente culturais. Quero insistir nesse ponto. A santidade pode se expressar de maneira contemporânea e cultural, não está presa a uma época ou a um local – Sei que muitos modernos puritanos negarão que desejam recuperar o estilo dos antigos puritanos da Inglaterra, Escócia, Holanda e Estados Unidos. Contudo, pontos como a insistência no uso do véu, no silêncio absoluto das mulheres no culto, no cântico de salmos à capela, na extrema seriedade dos cultos e do comportamento, a aversão ao humor, me parecem muito mais traços de uma época já passada do que essenciais teológicos. Especialmente quando a argumentação exegética para defendê-los carece de melhor fundamentação.

3. A santidade pessoal pode existir mesmo em um ambiente não totalmente puro – Eu acredito que chega um momento em que devemos nos separar daqueles que se professam irmãos, mas que vivem na prática da iniqüidade (1Coríntios 5). Não creio que devamos sacrificar a verdade no altar da pretensa unidade da Igreja. Se queremos a santidade, devemos estar prontos para arrancar de nós o olho, a mão e o pé que nos fazem tropeçar. Contudo, creio que há um caminho a ser percorrido antes de empregarmos a separação como meio de preservar a santidade bíblica. Sei que os santos são chamados a se separar de todo mal, inclusive dos pecadores (Salmo 1). Mas a separação bíblica é bem diferente daquela defendida por alguns puritanos modernos, que têm dificuldade de conviver inclusive com outros reformados dos quais discordam em questões que considero absolutamente secundárias. Podemos ser santos dentro de uma denominação ou de uma igreja local que não sejam, de acordo com as marcas da Igreja, uma igreja completamente pura. Sei que não é fácil, mas teoricamente posso ser santo dentro de Sodoma e Gomorra. Posso ser santo na minha denominação, mesmo que ela abrigue gente de pensamento divergente do meu. Os cristãos que compõem os grupos conservadores dentro da PCUSA, da Igreja Presbiteriana da Escócia podem ser santos, mesmo que muitos da sua própria denominação achem que a santidade do casamento inclui casamento gay. Não preciso necessariamente me separar como indivíduo para poder ser santo, especialmente se as alternativas de associação forem raras ou inexistentes.

4. A santidade pode ocorrer mesmo onde não haja plena ortodoxia – Sei que esse ponto é difícil para alguns puritanos modernos. Por incrível que pareça, a tolerância e a misericórdia marcaram os puritanos ingleses do século XVII. Foi somente a fase posterior do puritanismo que lhe deu a fama de intolerância. John Owen, o famoso puritano, pregou em 1648 um extenso sermão no Parlamento Britânico, na Câmara dos Comuns, intitulado “Sobre Intolerância”, no qual defendeu, mais uma vez, a demonstração do amor cristão e a não-intervenção dos poderes governamentais nas diferenças de opiniões eclesiásticas (Works, VIII, 163-206). O neo-puritanismo tende a ver com desconfiança a genuinidade da experiência cristã de arminianos e pentecostais. Para mim, a graça de Deus é muito maior do que imaginamos e o Senhor tem eleitos onde menos pensamos. Assim, creio que exista santidade genuína além do arraial puritano. Não estou negando a relação entre doutrina correta e santidade. O Cristianismo bíblico enfatiza as duas coisas como necessárias e existe uma relação entre elas. Contudo, por causa da incoerência que nos aflige a todos, é possível vivermos mais santamente do que a lógica das nossas convicções teológicas permitiria. Cito Owen mais uma vez:
A consciência de nossos próprios males, falhas, incompreensões, escuridão e o nosso conhecimento parcial, deveria operar em nós uma opinião caridosa para com as pobres criaturas que, encontrando-se em erro, assim estão com os corações sinceros e retos, com postura semelhante aos que estão com a verdade (Works, VIII, 61).
Acredito que a teologia reformada é a que tem melhores condições de oferecer suporte doutrinário para a espiritualidade, a santidade e o andar com Deus. Os reformados brasileiros são responsáveis por mostrar que a teologia reformada é prática, plena de bom senso, brasileira e cheia de misericórdia.

Postado por Augustus Nicodemus Lopes
Blog:
O Tempora, O Mores!

12 de agosto de 2009

Senado Federal: "Gostou? Foi você que fez!"

O mundo nem precisa dar tantas voltas assim:

24/07/09:

28/07/09:


30/07/09:

"'Quem tem que decidir é o Senado. Somente o Senado, que o elegeu, pode dizer se ele pode ficar ou não [na presidência da Casa]', disse o presidente."

06/08/09:

"Sob pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entendimento entre partidos, inclusive da oposição, o Conselho de Ética começou a arquivar ontem as primeiras representação por quebra de decoro contra o presidente do Senado, José Sarney. Em discurso, Sarney procurou dividir responsabilidade com os demais senadores, no qual chegou a duvidar se alguém, entre os presentes, seria capaz de atender o pedido de uma neta - entre as acusações contra Sarney há a de prática desenfreada de nepotismo."

Viu só como as coisas (i)mu(n)dam?



Primeiro nosso presidente diz que o problema não é dele - o que é, de fato, uma evolução: porque antes ele não sabia de nada! - que os problemáticos do Senado que se resolvam - Legal, o Executivo não se mete no Legislativo. Uma ova! Depois ele aparece para empurrar a sujeira para debaixo do tapete a fim de silenciar a repercussão negativa, ao invés de pressionar para resolver o problema.

Infelizmente parece que o Senado é mais sujo que pau de galinheiro, sabe disso, não faz nada para mudar e que todo mundo tem o rabo preso - parece. O pior é que tudo é feito por baixo do pano, as decisões e atitudes tomadas são puramente de cunho politiqueiro, de forma imoral e antiética. E até o Sarney disse que não sabia de nada e ele próprio anulou alguns atos secretos "ignorados" depois que repercutiram mal.

Você, camarada, só tem importância durante a campanha eleitoral. Você são as costinhas macias pra dar tapinha, o cara que vai sorrir de volta, o abraçado, o destinatário final dos santinhos que emporcalham as ruas, o consumidor do processo eleitoral, o público animado dos comícios, ou o que vota branco ou nulo... o... - após a posse e diplomação deles - o ilustre... "quem?"

Isto, amigos, esta bagaceira toda, usando a frase do comercial de cerveja: "foi você que fez". Nós. Desculpem-me pela minha parcela de burrice em pôr gente assim lá. Eu juro que na próxima eleição eu vou me esforçar por acertar. E ai de você, de mim, de nós se não fizermos isso!

Peço-lhe, encarecidamente, cristão, que não cometamos outra burrada destas nas urnas no ano que vem, sob pena de ela se perpetuar em sua fedentina por quatro ou oito anos lá em Brasília, envergonhando, emporcalhando e fazendo nosso país inteiro cheirar mal e nós ainda pagarmos por isso.

E nem adianta o PT entupir Dilma de Botox e adestrá-la para sorrir para as câmeras e para o CQC, eu estou revoltado, de saco cheio da imundície e da canalhice do Senado e não quero ver mais essa trupe lá.

"Quando os justos se engrandecem, o povo se alegra,
mas quando o ímpio domina, o povo geme." - Provérbios 29:2

10 de agosto de 2009

O Barbeiro Ateu

Um homem foi ao barbeiro. Enquanto seus cabelos eram cortados conversava com o barbeiro, falando da vida e de Deus.

Daí a pouco, o barbeiro, incrédulo, não aguentou e falou:

- Deixa disso, meu caro, Deus não existe!

- É claro que Deus existe.

- Ora, se Deus existisse não haveria tantos miseráveis passando fome! Olhe em volta e veja quanta tristeza. E só andar pelas ruas e enxergar!

O freguês pagou o corte e, quando ia sair da barbearia, avistou um maltrapilho imundo, com longos e feios cabelos, barba desgrenhada, suja, abaixo do pescoço. Deu meia volta e disse para o barbeiro:

- Sabe de uma coisa? Não acredito em barbeiros!

- Como assim…? riu-se o barbeiro.

- Se existissem barbeiros, não haveria pessoas de cabelos e barbas compridas como aquele ali, por exemplo.

- Ora, este sujeito ali está assim porque, evidentemente, faz tempo que não vai a um barbeiro.

- Que bom que agora você entendeu tudo! - respondeu o freguês.



“Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Mas a todos que o receberam, aqueles que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” – João 1-12.

Fonte: www.pregador.com.br
Via:
Fruto Sagrado

6 de agosto de 2009

Usos Estranhos da Escritura


Querendo ser mestres da lei, quando não compreendem nem o que dizem nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas. Sabemos que a Lei é boa, se alguém a usa de maneira adequada. Também sabemos que ela não é feita para os justos, mas para os transgressores e insubordinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreverentes, para os que matam pai e mãe, para os homicidas, para os que praticam imoralidade sexual e os homossexuais, para os sequestradores, para os mentirosos e os que juram falsamente; e para todo aquele que se opõe à sã doutrina. Esta sã doutrina se vê no glorioso evangelho que me foi confiado, o evangelho do Deus bendito. (1 Timóteo 1.7-11)



As falsas doutrinas às quais Paulo se refere têm a ver com “mitos e genealogias intermináveis”. É possível que ele tenha em mente uma forma de misticismo judaico que reunia histórias e árvores genealógicas elaboradas. Embora essas poderiam estar mescladas com o que tais pessoas encontravam no Antigo Testamento, elas não vinham do Antigo Testamento, mas eram construídas pela imaginação deles. Dessa forma, o ensino deles não era baseado numa interpretação clara da Lei, mas numa mistura perigosa de referências bíblicas com uma coleção de afirmações privadas, distorcidas e especulativas.

Não é importante determinar a natureza exata das falsas doutrinas, visto que sabemos o suficiente a partir do que Paulo diz explicitamente na carta. Isto é, os falsos mestres se apresentavam como mestres da Lei, mas não usavam a Lei de maneira adequada. E esse uso inadequado da Lei tem a ver com ou é evidenciado pelos “mitos e genealogias intermináveis” em seus ensinos. A réplica de Paulo declara novamente o intento e propósito correto da Lei - definir iniquidades e condenar transgressores. Expõe a rebelião do homem, e revela tudo o que é contrário à sã doutrina e tudo que falha em se conformar ao evangelho. Ao usar a Lei como um livro fonte de sabedoria estranha e para alimentar suas fantasias esotéricas, os falsos mestres capacitavam as pessoas a se sentirem e parecerem religiosas sem ter que confrontar a força verdadeira dos seus ensinos.

Esta abordagem da Escritura é atrativa aos pecadores, pois permite-os demonstrar certa admiração pela revelação de Deus sem ter que reconhecer sua mensagem. Dessa forma, ela tem continuado até hoje em várias formas. Os exemplos são inúmeros. Alguns têm transformado as regras dietéticas da Lei em programas para perda de peso. Seus materiais prestam serviço labial à sabedoria exaustiva de Deus, mas eles se referem aos benefícios na área de saúde que eles alegam conferir essas regras, e não às preocupações da Lei com respeito à limpeza espiritual, pecado e expiação, e sua predição de um Salvador. Em vez de extrair o verdadeiro valor da Lei, eles fazem zombaria dela.

Então, há aqueles que vasculham toda a Bíblia na tentativa de descobrir referências obscuras a dinossauros, gigantes e alienígenas, ou códigos ocultos no texto contendo predições sobre tiranos, guerras, assassinatos, tsunamis e colapsos econômicos, recentes e do futuro. Como Paulo disse, eles querem ser mestres da Bíblia, mas não sabem sobre o que estão realmente falando ou o que tão confiantemente afirmam. Seus ensinos estranhos apelam àqueles que querem dar a aparência de ser cristãos, mas que na realidade desejam uma religião que é vastamente diferente do que a Bíblia ensina.

A abordagem apropriada da Bíblia é considerá-la como o que ela se apresenta ser. A Bíblia é um registro escrito da parte de Deus, uma revelação, sobre si mesmo e sobre suas interações com a humanidade. É sobre o poder e a justiça de Deus, sobre a depravação e o fracasso do homem, e então sobre a graça de Deus e o sacrifício de Cristo, sobre sã doutrina e adoração correta, e sobre o destino designado de cristãos e não cristãos. A Bíblia não é um livro de doutrinas estranhas e esotéricas, escrito para alimentar especulações doentias ou entreter os homens com contos de fada. Ela foi escrita para instruir e capacitar o povo de Deus, e para servir como um testemunho contra aqueles que se apartam dele.


Por Vincent Cheung
Traduzido por Felipe Sabino de Araújo Neto
via:
Monergismo

2 de agosto de 2009

Onde está Deus quando as coisas vão mal?

O texto abaixo, que eu achei belíssimo e que trata da existência do sofrimento e da justiça de Deus, foi citado no livro "Onde está Deus quando as coisas vão mal?", escrito por John Blanchard e publicado pela Editora Fiel. O autor deste texto não é identificado pelo autor, que menciona apenas que ele foi publicado em 1960. (A propósito, recomendo a leitura desse livreto, que tem apenas 40 páginas).



No final dos tempos, bilhões de pessoas se apresentaram diante do trono de Deus. Muitas retrocederam ante a luz que resplandecia diante delas. Mas alguns grupos que estavam na frente conversavam veementemente, não com temor servil, e sim com agressividade: "Deus pode nos julgar?"

"Como Ele pode saber algo a respeito de sofrimento?", questionou uma moça ousada. Ela puxou com rapidez a manga de sua veste para mostrar o número tatuado de um campo de concentração nazista. "Suportamos terror... espancamento... tortura... morte!"

Em outro grupo, um homem curvou o seu pescoço, dizendo: "O que vocês acham disto?", ele perguntou, mostrando uma horrível marca de corda. "Linchado por ser negro e não por cometer algum crime!"

Em outra multidão, uma estudante grávida, com olhos taciturnos, murmurou: "Por que eu tive de sofrer? Não foi minha culpa".

Espalhados ante o trono, havia milhares de grupos como esses. Cada pessoa tinha uma queixa contra Deus, por causa do mal e sofrimento que Ele havia permitido neste mundo. Quão feliz estava Deus em viver no céu, onde tudo era doçura e luz, onde não havia lágrima, nem medo, nem fome, nem ódio! O que Deus sabia a respeito de tudo que os homens tinham sido obrigados a suportar neste mundo? "Deus leva uma vida muito tranqüila", eles diziam.

Cada grupo apresentou o seu líder, escolhido por haver sofrido mais do que os outros do grupo. Um judeu, um negro, alguém de Hiroshima, uma pessoa que fora horrivelmente afligida por artrite e uma criança teratogênica. No centro da aglomeração, eles conversaram entre si.

Por fim, estavam prontos para apresentar o seu caso e o fizeram com muita perspicácia. Antes de se qualificar para ser o juiz deles, Deus tinha de suportar o que eles haviam suportado. Haviam chegado ao veredicto de que Deus fosse condenado a viver na terra - como homem! Deveria nascer como judeu; a legitimidade de seu nascimento teria de ser questionada. Ele deveria realizar uma obra tão difícil, que sua família pensaria estar louco, quando tentasse realizar essa obra. Ele deveria ser traído por seus amigos íntimos; enfrentar falsas acusações, ser julgado por um júri preconceituoso e condenado por um juiz medroso. Deveria ser torturado e, por fim, entender o que significa ser terrivelmente abandonado e deixado solitário. Depois, Ele deveria morrer em agonia, de tal modo que não haveria dúvidas quanto à sua morte. E grande número de testemunhas deveriam comprová-la.

Enquanto cada líder anunciava a parte de sua sentença, um intenso murmúrio de aprovação saía dos lábios das pessoas ali reunidas. Quando o último líder terminou de proferir a sentença, houve um silêncio prolongado. Ninguém proferiu nenhuma palavra. Ninguém se mexeu, pois todos sabiam que Deus já havia cumprido a sua sentença.

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