28 de dezembro de 2010

Olhando pra trás. Olhando pra frente.

Olhar pra trás por cima do ombro, sem alterar sua tragetória enquanto pedala, é uma arte que eu já não dominava mais. Imprescindível para quem quer se aventurar no trânsito. Embora deverei sofrer menos assim que instalar um espelho retrovisor do lado esquerdo, conforme a lei (em teoria) obriga todo ciclista a usar.


Esta habilidade em olhar tudo à sua volta enquando pedala, além de proporcionar segurança, faz dos trajetos algo mais divertido e interativo. Ontem mesmo experimentei dois momentos interessantes. O primeiro foi cruzar com outra pessoa usando capacete. E esta pessoa sorriu, como se dissesse algo do tipo “ei! você não é o único alienígena nesta cidade!”. Num segundo momento encontrei uma garota empurrando a magrela na subida mais desgraçada do meu trajeto diário. Ela estava com aquela cara de “comecei a pedalar hoje”. Infelizmente não foi possível parar e conversar. Mas quem sabe numa próxima oportunidade.

Uma vez na TV vi um sociólogo falando sobre a pós-modernidade. Não me lembro seu nome. Mas em sua análise ele dizia que:

“Apenas os artistas e os loucos são contemporâneos de si mesmos. Todas as outras pessoas ou vivem do saudodismo do passado, ou com a ansiedade do futuro.”

Então tenho meditado sobre a necessidade de, olhando por cima do ombro, devo sim contemplar o passado, mas sem jamais me desviar um mísero centímetro de minha tragetória. E pelo caminho proposto, não devo perder a sensibilidade para enxergar as pessoas. A intensidade da vida é sentida no HOJE e, ansiedade pelo futuro nos faz esquecer disto.

O que Deus tem pra hoje, deve ser vivido hoje. O que vivemos no passado trouxe experiência, mas isto não pode ser transformado em bagagem eterna. O que sentimos e sofremos é o que nos trouxe até aqui. Então, tudo deu certo. De uma forma ou de outra.

Em 1 Coríntios 1:18 está escrito que “a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus”. E isto faz todo sentido pra mim. Quero viver a loucura do evangelho para, mediante uma espiritualidade viva e vibrante, me tornar um contemporâneo de mim mesmo. E de lambuja animar outros a fazerem o mesmo.

Por Ariovaldo
Publicado em seu blog, que recomendo muito visitá-lo porque considero excelente!

15 de dezembro de 2010

Comemoremos: não é o Natal!


Vendo um telejornal esses dias, surpreendi-me quando veicularam uma matéria em que uma pesquisa feita com centenas de brasileiros revelou que o estresse aumenta cerca de 75% nas últimas seis semanas do ano, levando muitas pessoas a beberem mais, fumarem mais e consumirem mais medicamentos. Não tinha percebido esse tamanho estresse de fim de ano até ontem, quando saí de casa para fazer compras emergenciais, ao ser empurrado para o outro lado da calçada, gratuitamente, por uma senhora que vinha em sentido contrário.

Fim de ano é um período tenso. Não era para ser assim, mas infelizmente é. A virada do ano vai se aproximando, época de festas, e inúmeras coisas começam a encher nossa cabeça, nossa agenda, nosso dia e esvaziar nossos bolsos.

No início da manhã encaramos os velhos trânsito, transportes lotados, calçadas abarrotadas de gente, barulho, sol ou chuva e poluição até chegarmos ao trabalho, onde corremos contra o relógio para realizar nossas tarefas, na expectativa de fecharmos o balanço anual de maneira positiva e com um sorriso no rosto. Saindo da labuta, nos deparamos com muita gente em pouco espaço, coisas e pessoas para lembrar, programação de recesso natalino e de serviço eclesiástico, contas para pagar, orçamento para se ter em conta (considerando que ano que vem tem material escolar, IPVA e outros impostos...), cansaço antes, durante e pós-recesso, ressaca para alguns... São praticamente dois anos para caber em cerca 30 dias. E o resultado? Muita responsabilidade, correria, estresse, tensão, irritação, ansiedade, depressão, decepção e esgotamento.

Toda essa realidade cotidiana nos distancia muito do real sentido do Natal. A mídia alardeia que teremos um Natal “magro”, “gordo”, “ruim”, “péssimo”... levando em conta apenas os aspectos econômicos do período. O Natal não precisa se parecer com o Corcunda de Notre Dame só por causa da cotação do dólar, das limitações do cartão de crédito, do sobe e desce do consumo e das incertezas do ano que vem.

O Natal de verdade, que é a comemoração da encarnação de Jesus Cristo [João 1.14-18], que veio ao mundo como homem para salvar-nos dos nossos pecados [Mateus 1.21-23; Lucas 1.30-35], não está atrelado a variações temporais. Obviamente esta realidade deveria ser lembrada e festejada diariamente [Lucas 2.10-11], mas, por diversos motivos que não abordarei, é enfatizada apenas no fim do ano, e de maneira bastante distorcida, por muita gente – tanto pelas que o comemoram quanto pelas que não o comemoram.

Regozijemo-nos, pois Jesus veio ao mundo!

Já que nestes dias estamos relembrando e enfatizando este evento aguardado pelo povo de Israel, que estendeu a esperança a todos os povos que jaziam nas trevas [Lucas 1.67-79; Mateus 4.14-16]: um marco na história festejado por anjos, por simples pastores e por reis; um real motivo de grande alegria para todos nós, de todas as épocas; tenhamos isto bem presente em nossas mentes – “Deus conosco!” – e o ano todo!

Quando olhar para a neve de mentira caindo sobre tudo, escutar reiteradas vezes aquelas musiquinhas batidas de brinquedos do Paraguai com as pilhas quase acabando, quando o salto quebrar, o pisca-pisca não prestar mais, vir a “hipocrisia natalina” generalizada, quando levar uma chuva danada e ainda por cima for obrigado a ouvir a enjoada música de Natal de Simone... ou se o ônibus estiver tão cheio que, se alguém pular, ficará suspenso até a próxima parada ou até chegar em casa... ou se uma velhinha, que você nunca viu antes, de repente lhe oferecer um empurrão na calçada molhada... não deixe que isso estrague tudo! Lembre-se: Não é o Natal – se bem que alguns até que tentaram! Mas alegre-se como se fosse! Porque Jesus veio e continua sempre conosco. Quer motivo melhor para aguentar tudo isso?

12 de dezembro de 2010

Natal Digital. E se o natal tivesse ocorrido hoje?

Alguém teve uma ideia muito interessante e fez este vídeo. Ele conta como teria sido o nascimento de Jesus se tudo tivesse acontecido com a utilização das redes sociais, de aplicativos de celular e da internet. Muito bom mesmo!

20 de novembro de 2010

Fábrica de Monstros


Semanas atrás, o SBT exibiu uma matéria que tratou de uma menina conhecida por “missionarinha”, que, supostamente, curava pessoas num templo comandado por seu pai, que dizia-se “pastor”. Na reportagem, via-se claramente uma criança utilizada e moldada segundo o modelo imposto e emulado por pessoas religiosas e ávidas por sinais e maravilhas (e dinheiro também?) de que Deus a usaria para realizar prodígios de cura. A criança, em entrevista, dizia perante as câmeras que era “feliz”, que “gostava” do que fazia e que era “uma criança normal”, com um discurso quase que mecânico programado.

O pior de tudo o que foi exibido é que, depois de os declarados instantaneamente “curados” irem à frente – para o êxtase geral dos fiéis que lotavam o templo e, na certa, o gazofilácio daquele ministério também – pudemos observar tristes resultados: uma grande piora no quadro clínico de uma senhora que tinha esporões nos pés, sofria grandes dores e não podia andar direito; e o falecimento de um rapaz por complicações de um câncer que atingia os órgãos internos, que lhe causava dores abdominais e que o havia motivado a buscar sarar-se.

Coisas assim têm um impacto arrasador na fé das pessoas e no testemunho cristão. Assim, entrevistado por Roberto Cabrini, âncora do programa, que buscava explicações para essas sessões de curas que não davam certo, o pastor culpou a fé das pessoas, buscando afastar de si parte da responsabilidade pelas melhoras que não ocorreram. Foi de uma infelicidade funesta. Entretanto, isso não se trata de um evento isolado, mas de algo que já virou "feijão com arroz" no meio dito “evangélico”.

Mas o que tem causado essa busca desenfreada por milagres? De um lado há pessoas carentes que não têm mais a quem recorrer por não terem atendidas as suas orações e buscam qualquer coisa em que se apegar; de outro, pessoas que sabem utilizar essa situação em benefício próprio, incentivando a convicção de que todos obterão tudo o que querem, ignorando e deixando os outros ignorarem os desígnios soberanos de Deus para cada pessoa. Ainda existem aqueles que querem milagres como condição para crer e aqueles cuja fé só se sustenta por aquilo que vê. Temos um sistema de impiedade quase perfeito.

(Alguém aí se lembra dos fariseus que exigiam milagres de Jesus e foram repreendidos por ele? E dos adoradores das bestas prodigiosas do Apocalipse? E dos alertas quanto aos falsos profetas e falsos cristos que fariam sinais para enganar as pessoas? É importante lembrar que "cristos" significa "ungidos". Logo, prezada galera do "não-toqueis-nos-meus-ungidos", nem todo "ungido de Deus" é, de fato, um ungido de Deus, ok? Existe charlatanismo também e sintam-se devidamente alertados por Jesus!)

Há meio que um círculo vicioso em tudo isso, visto que a “fé” (não me refiro aqui à fé bíblica, mas à crença de que tudo vai ser como queremos se tivermos força de vontade: uma filosofia parecida com aquela do livro “O Segredo” que já se instalou há muito tempo no seio de algumas comunidades da igreja) se torna uma droga moral que causa dependência:

“Eu vou à igreja porque Deus vai fazer milagres”, não para escutar a palavra de Deus, servir ou ter comunhão com os irmãos; “eu vou contribuir porque eu quero restituição, quero muito mais do que eu dou”, não porque eu me sinta grato pelo que Deus me deu, pelo que tem feito em minha vida; “eu participo da obra de Deus porque vejo o poder de Deus agindo maravilhosamente”, não porque tenho obrigação de obedecer e servir, ou porque serviço deva ser algo que se brote naturalmente de um coração transformado por Deus; “eu contribuo, participo de campanhas e frequento os cultos porque, se não o fizer, eu posso ser castigado, empobrecido, amaldiçoado ou ver minha situação piorada, também porque eu posso ser mal visto pelos outros crentes e repreendido ou censurado pelo pastor”; “eu espero milagres do jeito que eu quero e quando eu quero justamente porque contribuí e cri, porque já paguei a Deus adiantado” (leia-se: “dei dinheiro à igreja ou aos líderes humanos dela” – vulgo: “semeei”, “plantei uma semente”); “eu não aceito um 'não' como resposta porque agora eu sou ‘filho do Rei’ e ‘decreto’, tenho ‘direitos a exigir’”, não porque o Rei é soberano e eu não, não porque o Rei é Senhor e eu servo...

E assim vamos rolando na esteira de uma linha de produção ideológica de “monstros”, que se autoalimenta de sua própria ambição e orgulho. Monstros criados e mantidos assim não podem ser comparados à igreja de Cristo porque não expressam o caráter e o espírito de Cristo ou de seus discípulos. Os discípulos de Cristo sempre estiveram junto dele por quem ele era, e não apenas pelo que ele fazia. O que ele fazia apenas testificava de quem ele era: o Salvador prometido por Deus, não um milagreiro errante ou um mágico de rua, digo, "de templos". Todavia não é essa a mentalidade que parece prevalecer no meio evangélico. E isto me assusta horrores!

Hoje temos um clube de viciados em sinais, de caçadores de recompensas, vampiros espirituais, mercenários que não se preocupam em arriscar a própria alma... O que me traz à lembrança que...

“Tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” – 1 João 2.16,17.

E que os crentes em Deus (e ilustre-se Deus aqui como: “um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas” + ”um terremoto”  + “um fogo” – 1Reis 19) não estão preparados realmente para crer em Deus (e ilustre-se Deus aqui como: “uma voz mansa e delicada” que diz “Que fazes aqui?”; Ou mesmo como “...O meu escolhido [de Deus]... [Que] promulgará o direito para os gentios. [Que] não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça. [Que] não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; [Que,] em verdade, promulgará o direito. [Que] não desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras do mar aguardarão a sua doutrina.” – trechos de 1Reis 19 e de Isaías 42).

O que temos é mais uma multidão que quer encher a barriga de pão e peixe enquanto deixa os aflitos e feridos de lado e que não poderá resistir ao ouvir o Senhor dos senhores dizer-lhes: “Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes... O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida. Mas há alguns de vós que não crêem... Quereis vós também retirar-vos?” – João 6.

Dificilmente encontraremos os bem-aventurados que após ouvirem algo assim dirão: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente.” – João 6.

Será que vamos ter que sair mesmo peregrinando por aí com uma lanterna procurando aqueles que, mesmo no sofrimento e nas maiores dificuldades da vida, sorrirão de felicidade e de gratidão ao Mestre, que, tomando-lhes pelas mãos, sussurra... “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”? – 2Co 12.9.

Se depender do que estamos vendo na prática, porque a lei da oferta e da procura está incentivando a produção de monstros e da "fé monstruosa" a pleno vapor, algum cristão aí me empresta algumas pilhas, por favor?


Por Avelar Jr.

31 de outubro de 2010

Deixando de Brincadeira


Conheço um genuíno servo de Cristo. Uma pessoa que realmente se preocupa com as coisas de Deus e com a vontade dele em sua vida. Conversamos bastante. Ele havia sido muito religioso, fanático, bem visto em seu meio, prestigiado e popular —um líder. O problema é que o meio que o acolhia tão bem era fanático, herético, frenético, ávido por novidades e estrelas ministeriais e despido de conhecimento de Deus e de sua palavra. Eles se moldavam um ao outro: cegos guiados por cegos andando para o abismo.

Com o tempo, Deus abriu seus olhos. Ele percebeu que estava num pedestal de glória humana, cheio de religião e sensações mas vazio de verdade. Vestiram-lhe a fantasia de super-herói. E ele se deixou vestir e dominar pelo personagem, pela máscara e pela canção da roda. Ao contemplar a verdade, sua atitude mudou. Tornou-se discípulo, aprendiz e encontrou seu lugar de servo.

Findaram-se sua liderança, seu programa de rádio, seu sucesso ministerial. Pagaram-lhe com preconceito, ingratidão, incompreensão e ostracismo. Mas que importa? O Dia das Bruxas passou! Deus mudou-o de sua máscara e de seus trajes espalhafatosos que faziam a alegria dos meninos em uma completa novidade de vida, nunca antes experimentada. E o que antes era noite de “gostosuras e travessuras” deu lugar à dura carteira do discipulado diário do Mestre Jesus.

E ele às vezes se sentia triste e se perguntava: Onde está aquele calor que eu sentia? Onde as emoções arrebatadoras? Por que tudo parece tão frio e distante? Os aplausos, os cumprimentos, o assédio, a euforia, os folguedos... Num momento tudo se calou na simplicidade e na calmaria do úmido alvorecer.

Começar cada manhã parecia trabalhoso (— Só mais cinco minutos, por favor!). Agora levantava sozinho para ir à escola. E já não tinha mais consigo aqueles cuja noite de Dia das Bruxas não tem fim, que se contentavam em brincar com suas fantasias, com suas roupas de mentiras, esperando ganhar doces por se vestirem delas.

Mas ele sabia que, embora fosse difícil acreditar, não estava só. Pois seu Mestre lhe sorria no oculto e lhe oferecia um pouco de sua companhia em cada momento, em cada brisa, em cada canto de pássaro, em cada nota musical, mesmo no silêncio; na brisa refrescante e em cada flor que coloria e perfumava o caminho. Era difícil se desembriagar, se desacostumar, quando tudo agora parecia tão simples e tão diferente, tão menos óbvio. Era triste não sentir o sabor daquilo que parecia doce mas que era apenas uma brincadeira de menino.

Estava acostumado a pensar que vivia a mil por hora quando, na verdade, nunca havia saído do lugar. Enxergar e deixar de brincadeira faz mesmo muita diferença.

17 de outubro de 2010

Como alguns evangélicos enxergam a Bíblia...

Estava vendo mais uma daquelas infindáveis discussões sobre programas de TV em que alguém demoniza qualquer programa que não seja "gospel", achando-se, por isso, mais santo que os outros, que estariam sob "influência satânica" por gostarem de ver uma comédia decente (você já deve ter visto debates assim com o assunto música). Todavia, a Bíblia é clara quanto à necessidade de saber discernir cada coisa e escolher bem.

"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma." 1 Coríntios 10.23

Tem uma passagem na Bíblia que diz:

"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco." Filipenses 4:8,9

Alguns evangélicos (outros religiosos também, mas não neguemos nossa "pole position" nisso!), entretanto, no afã por viver uma santidade artificialmente projetada, limitada aos ensinos de seu gueto ou mesmo às suas próprias opiniões, alheios a qualquer forma de arte, pensamento ou obra por melhor que seja, talvez enxerguem a mesma passagem como proibitiva de toda e qualquer influência externa, mais ou menos assim:

"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é GOSPEL, tudo o que é GOSPEL, tudo o que é GOSPEL, tudo o que é GOSPEL, tudo o que é GOSPEL, tudo o que é GOSPEL, se há alguma GOSPELEZA, e se há algo de GOSPEL, nisso pensai." Ungidenses 4:8

Parece que fora da vida na bolha gospel não há salvação.

Eu me pergunto se esse povo estuda matérias não religiosas, conversa com outras pessoas sobre assuntos normais da vida, lê livros não espirituais, revistas, partituras, rótulos de produtos, bulas de remédios, blogs e jornais, consulta calendários e dicionários, entra em lugares que não sejam templos, toma refrigerante, confecciona listas de compra, canta "Parabéns a Você" em festas de aniversário e joga UNO... (Mas eu não me pergunto se entra no Orkut porque eu já vejo: o Orkut é de Deus, principalmente se for para espalhar boatos contra candidatos a cargos políticos.)

Esse pensamento exclusivista de que tudo que não é "gospel" é mau representa um injusto e leviano julgamento do que é alheio, considerando-o automaticamente nocivo e sem proveito, e isentando-nos da necessidade de sermos criteriosos e maduros, sabendo avaliar todas as coisas e reter o que é bom ao mesmo tempo que influenciamos para que as coisas glorifiquem a Deus e tornem o mundo melhor do que o encontramos.

É como se simplesmente ter prazer em coisas "não-gospel" fosse demoníaco, pecaminoso, não edificante e rendesse milhas aéreas para uma passagem compulsória de primeira classe para o inferno. E como se alguma coisa tivesse que ser chata ou pelo menos não divertida - e ainda por cima "gospel" - para ser automaticamente boa e edificante...
(veja Romanos 14.1-17)


[atualizado dia 17 de outubro de 2010]

7 de outubro de 2010

Toda ouvidos?

Esses dias fui a uma consulta médica de rotina num hospital elogiado pelas pessoas de minha região, e, no setor de cadastramento de pacientes conveniados, que me desapontou um pouco, percebi que havia uma caixinha de sugestões para que os clientes pudessem se manifestar a respeito do serviço. Lembrei-me de uma conversa que tive com uma irmã que era membro de uma igreja bem diferente da minha em termos de estilo de louvor e culto.

Ela disse que não se sentia muito bem na minha igreja porque achava muito parada e diferente; e eu, que também não me sentia muito à vontade na dela, cujo barulho me desconcentrava e me atrapalhava em orar. (Eu poderia ter levantado mais defeitos em sua igreja, mas apontei apenas aquele que se contrapunha ao que ela apontou na minha. Convenhamos... há igrejas para todos os tipos de crentes - ainda bem!)

Nossas igrejas normalmente fazem o possível para que tenhamos conforto na hora de adorar e nos sintamos bem. Algumas vão muito longe: querem agradar a todos tanto que, por vezes, já nem pregam mais o evangelho, mas apenas aquilo que seu público busca ouvir, aquilo que parece simpático; cantam aquilo que é sucesso nas paradas, sem levar em conta a sanidade das letras, a ordem na utilização dos instrumentos musicais e a decência em cultuar; criam sistemas de adoração e culto bizarros, baseando-se no princípio de que o público entretido sempre retorna e aumenta.

(Já entrei numa igreja, inclusive, que parecia que fazia uma campanha do tipo “todo mundo traga seu instrumento de casa, toquem-nos todos ao mesmo tempo, e vamos ver o que sai”... Não dava para saber o que estavam cantando direito porque as vozes eram abafadas.)

Voltando à caixinha... Eu ainda não vi uma caixinha de sugestões colocada perto da porta de um templo, mas quem sabe essa não seja já uma postura em algumas igrejas? Não que seja mau, muito pelo contrário, pois sugestões de melhoria são sempre bem-vindas. Mas, e quando as igrejas tratam seus membros como verdadeiros clientes e consumidores de seus serviços de fim de semana? Complica. Porque “o freguês tem sempre a razão”.

O público, no geral, exige, demanda –claro – até porque está “pagando”. Então, digamos que as sugestões dessas caixinhas viessem a ser cada vez mais malucas e antibíblicas... A maluquice e a heresia nunca precisaram ser sugestões em igrejas. Bem sabemos que elas só precisam de uma brecha, de uma oportunidade, e se consolidam com um aplauso. Estamos vendo claramente que o culto a Deus está se voltando ao homem, e não a Deus.

Mas o que pretendo destacar é: Será que as igrejas estão preocupadas com o que Deus acha do serviço delas mais que com aquilo que as pessoas que frequentam ou visitam templos pensam?

(É óbvio que seria bastante estúpido construir uma caixinha de sugestões em forma de nuvem junto à porta da igreja e esperar que Deus fosse lá inserir um tablete de pedra com sua vontade gravada nela. Mas, do jeito que a coisa está, eu não duvido também que alguém não já o tenha feito).

Será que as igrejas estão abrindo a “caixinha de sugestões” (para não dizer o “livro de mandamentos” - vulgo: Bíblia) d’Aquele que efetivamente é o dono do serviço, quem o receberia (ou não), e que, por isso mesmo, teria o direito de reclamar, em primeiro lugar (o qual é mais conhecido como Deus)? Ou estão dançando conforme os apelos dos seus frequentadores?

Neste caso, sabemos que a igreja estaria sem rumo, guiando-se por opiniões pessoais (que não são a “voz de Deus”), enquetes, idiossincrasias e vontades voláteis... desprezando o Senhor, o “manancial de águas vivas” e cavando “cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas”. (Jeremias 2.13) ...Olvidando-se. Perdendo-se em caprichos...

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4.23-24)

4 de setembro de 2010

Adoração e Missões, quais os seus lugares?


Em relação à adoração, devemos começar desarmando todo e qualquer entusiasta que acredita que o principal erro na igreja atual reside no fato de não fazer missões, quando descobrimos que a ênfase bíblica está primeiramente na adoração, pois o homem foi criado para glorificar a Deus. As missões não são o alvo primário nem fundamental da igreja: a adoração, que visa à glória de Deus, sim,o é:

"A minha glória, não a dou a outrem". (Isaías 48.9-11).

O argumento que se segue é que Deus é essencial, não o homem; as missões não são eternas como a adoração: chegará um tempo em que não será necessário proclamar o evangelho a outros povos, mas nunca chegará o tempo em que se cessará a adoração a Deus. Por isso a adoração é que nos move as missões;ela é o combustível para levarmos outros povos à adoração.

Quanto às missões, em primeiro lugar, é necessário notar que existe um fato triste: as pessoas que nunca se maravilharam com a glória de Deus e nunca ficaram deslumbradas com a grandeza de Deus jamais conseguirão convenceroutras a se maravilharem com a grandeza do Senhor.Aquelas não poderão dizer aos outros como Deus é grande e mui digno de ser louvado. Como se pode falar com paixão de algo, se você, no íntimo, não tem vivido essa paixão?O que fundamenta nossa paixão por Deus é a paixão de Deus por Ele mesmo.O coração que mais anseia pela glorificação de Deus é o Seu próprio, e Seu alvo é manter a glória de Seu nome.

Em segundo lugar, devemos entender a vidacomo uma guerra.Paulo combateu o bom combate "Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé". (2 Timóteo 4.7) e nos mostra qual a armadura que devemos vestir para estarmos preparados para a guerra (Efésios 6.11-17). Outro ensinamento fundamental é que a Igreja deve estar alinhada, ciente de que estamos numa guerra, e não acomodada em sua tranquilidade.Esse é o motivo por que muitas vezes nossas orações não funcionam, pois a usamos erradamente, como um instrumento doméstico, e não como um comunicador entre a missão e o quartel general.

E, por fim, o amor pelos não-alcançados, trilhando os caminhos singulares de Deus, deve servir de motivação para nós.Motivação essa que foi a base do chamado missionário do apóstolo Paulo, de pregar o evangelho a povos que ainda não foram alcançados. E é por estes que devemos despertar o nosso amor.A igreja precisa engajar-se nessa causa, preparar missionários, mantê-los, contribuir de alguma forma para que o nome de Cristo seja levado a todos os povos. Há várias evidências bíblicas que trazem esse sentido da promessa de redenção a todos os grupos de povos (Isaías 66.18; Mateus 28.18-20; Salmo 67.3-4; Romanos 9.17).Afinal, o grande objetivo de Deus na história é manter a sua glória para o contentamento dos redimidos de toda tribo, língua, povo e nação– e isto por meio da supremacia de Seu Filho entre todos os povos do mundo.

Por Sem. Tito Lízias Rocha
Baseado no livro “Alegrem-se os povos”, de John Piper.

29 de julho de 2010

Regina Spektor - "Laughing With"


Agradeço ao amigo Fernando Athayde por ter me enviado esta música pelo orkut, que, além de bonita, tem uma bela letra, que traduzimos abaixo:


No one laughs at God in a hospital
No one laughs at God in a war
No one´s laughing at God when they´re starving or freezing or so very poor

No one laughs at God when the doctor calls after some routine tests
No one´s laughing at God when it´s gotten real late
And their kid´s not back from the party yet
No one laughs at God when their airplane starts to uncontrollably shake
No one´s laughing at God when they see the one they love
Hand in hand with someone else and they hope they´re mistaken

No one laughs at God when the cops knock on their door
And they say we got some bad news sir
No one´s laughing at God when there´s a famine fire or flood

But God can be funny
At a cocktail party when listening to a good God-themed joke
Or when the crazies say He hates us
And they get so red in the head you think they´re ´bout to choke

God can be funny
When told he´ll give you money if you just pray the right way
And when presented like a genie who does magic like Houdini
Or grants wishes like Jiminy Cricket and Santa Claus
God can be so hilarious
Ha ha
Ha ha

No one laughs at God in a hospital
No one laughs at God in a war
No one´s laughing at God when they´ve lost all they´ve got
And they don´t know what for

No one laughs at God on the day they realize that the last sight they´ll ever see
Is a pair of hateful eyes
No one´s laughing at God when they´re saying their goodbyes

But God can be funny
At a cocktail party when listening to a good God-themed joke
Or when the crazies say He hates us
And they get so red in the head you think they´re ´bout to choke

God can be funny
When told he´ll give you money if you just pray the right way
And when presented like a genie who does magic like Houdini
Or grants wishes like Jiminy Cricket and Santa Claus
God can be so hilarious

No one laughs at God in a hospital / No one laughs at God in a war (3x)
No one´s laughing at God when they´re starving or freezing or so very poor

No one´s laughing at God (4x)
We´re all laughing with God

Tradução: Avelar Jr.
Regina Spektor - "Rindo com"

Ninguém ri de Deus em um hospital
Ninguém ri de Deus em uma guerra
Ninguém está rindo de Deus quando está passando fome, frio ou é muito pobre

Ninguém ri de Deus quando o médico liga depois de alguns exames de rotina
Ninguém está rindo de Deus quando ficou muito tarde
E o seu filho ainda não voltou da festa
Ninguém ri de Deus quando seu avião começa a tremer incontrolavelmente
Ninguém está rindo de Deus quando vê a pessoa que ama
De mãos dadas com alguém e espera estar enganado

Ninguém ri de Deus, quando a polícia bate em sua porta
E diz "Temos más notícias, senhor!"
Ninguém está rindo de Deus quando há fome, incêndio ou inundação

Mas Deus pode ser engraçado
Em um coquetel, quando se ouve uma boa piada sobre Ele
Ou quando os loucos dizem que "Ele nos odeia"
E ficam tão vermelhos que parece que vão se engasgar

Deus pode ser engraçado
Quando lhe é dito que ele lhe dará dinheiro se você ora do jeito certo
E quando é apresentado como um gênio que faz magia como Houdini
Ou concede desejos como o Grilo Falante e Papai Noel
Deus pode ser tão divertido
Ha ha
Ha ha

Ninguém ri de Deus em um hospital
Ninguém ri de Deus em uma guerra
Ninguém está rindo de Deus perdeu tudo que tinha
E não sabe por quê

Ninguém ri de Deus no dia em que percebe que a última visão que terá
são dois olhos cheios de ódio
Ninguém está rindo de Deus quando está dizendo adeus

Mas Deus pode ser engraçado
Em um coquetel, quando se ouve uma boa piada sobre Ele
Ou quando os loucos dizem que "Ele nos odeia"
E ficam tão vermelhos que parece que vão se engasgar

Deus pode ser engraçado
Quando lhe é dito que ele lhe dará dinheiro se você ora do jeito certo
E quando é apresentado como um gênio que faz magia como Houdini
Ou concede desejos como o Grilo Falante e Papai Noel
Deus pode ser tão divertido

Ninguém ri de Deus em um hospital / Ninguém ri de Deus em uma guerra (3x)
Ninguém está rindo de Deus quando está passando fome, frio ou é muito pobre

Ninguém está rindo de Deus (4x)
Estamos todos rindo com Deus

25 de julho de 2010

"Jesus, apaga a luz!" ...agora em sua casa!

Você pensava que era apenas um bordão popularizado pela mídia que logo cairia no esquecimento? Pois não pense mais! Chegou o incrível, único e inimitável "Jesus, apaga a luz!" - uma bela expressão que se fez plástico e iluminará a sua casa!

Seu lar anda carente de decoração e luz divina? Você precisa de um milagre para pagar a conta de luz todo mês? Não chore mais! Além de apagar, esta sofisticada peça de brilhante esmero, também acende a luz!

E não é só isso! Se as suas crianças são desobedientes, traquinas, impossíveis e já têm dois quilômetros de orelhas puxadas, seus problemas acabaram-se: "Jesus, apaga a luz!" ainda educa os seus filhos, ensinando-lhes uma terna lição bíblica! 

Parece discreto; mas este produto quintessencial, moderníssimo ultrapotente e policromático, é confeccionado com o mais requintado, durável e seguro plástico; ele é ecologicamente correto e tem estampada a escritura "Honra teu pai e tua mãe" (Mateus 19:19) para lembrar aos seus filhos quem é que manda!

Não perca mais esta joia da manufatura, importada e amiga da família gospel! 

Ligando agora, enviaremos sem nenhum custo adicional, não apenas esta obra de arte, mas ainda um superadesivo holográfico macio, e perfumado com a tradução do texto para o português para que seus filhos, que com certeza não sabem inglês, possam entender. Mais um superproduto gospel que sua família não pode deixar de ter.

21 de julho de 2010

Meteorologia Bíblica


Muito bom dia!

A previsão do tempo para este e os próximos períodos na atmosfera da igreja não é boa...

O evangelho, como vocês podem ver, nos últimos dias, tem sofrido a grande influência de densos nevoeiros de obscuridade. Alguns deles, ocasionados por ensinos destruidores de potestades do ar, que são propagados pela nociva influência de líderes inconstantes e poluídos, que, como ondas bravias que espumam suas próprias sujidades, estão sendo lentamente conduzidos às e pelas trevas eternas. Tais homens são como nuvens sem chuva que absorvem dinheiro e, não sabemos como, têm lançado uma espécie de tempestade ácida ideológica sobre a fé de alguns, que a corrói e deteriora aos poucos. Esteja atento e proteja a sua fé, o seu coração e a sua mente contra isto, confiando-os a Jesus Cristo! (1 Timóteo 4, Judas)

O brilho das estrelas gospel vai continuar claro e intenso. Cuidado! Não se esponha ao seu brilho e suas ministrações sem usar filtro bíblico! O Ministério da Saúde Eclesiástica adverte que este brilho descontrolado pode ocasionar cegueira e desorientação temporária em algumas pessoas, além de irritação, frieza e falsas sensações de calor divino. Em casos extremos, o efeito pode ser irreversível, já que a tendência dessas condições atmosféricas tende a se agravar pelas ondas populares fanáticas e emulações mercadológicas que lhes impulsionam constantemente, bem como pela formação e pelo movimento agressivos de fortes ventos de doutrina.

Supostas frentes quentes têm surgido repentinamente em contraste com supostas frentes frias, que, alega-se, têm geado e congelado a ação da igreja – mas que não são novidade – já que a meteorologia sempre concordou que, em tempos futuros, o calor do amor de muitos esfriaria! Não foi, todavia, prognosticada nenhuma suposta frente quente nova que devesse surgir, devendo apenas haver uma detecção dos problemas, mudança de direção e retorno às condições ambientais anteriores de primeiro amor. Acontece que o encontro brusco dessas supostas frentes quentes e frias, longe de solucionar o problema, tem causado a formação de grandes tufões, destruindo, dividindo e fortalecendo, mais ainda, o surgimento de fenômenos atmosféricos desnecessários, nocivos e indesejáveis ao ecossistema. (Apocalipse 2.1-5)

Aos navegadores e aventureiros que seguem contra a maré: alerta de perigo! Precavenham-se contra a influência lunática dos falsos irmãos que agem como rochas submersas, e contra as ondas de pessoas arrastadas com ira pelos fortes ventos doutrinários. Em alguns lugares, a ira dessas tsunamis pode matar pessoas e causar grandes naufrágios espirituais. (João 16.1-4) O único antídoto para este mal é a brisa refrescante da Verdade, que liberta da ação do engano, ilumina as mentes, abre os olhos e apazigua as tempestades. (João 8.32; João 14.6; a Coríntios 4.4; 2 Tessalonicenses 2.10-12)

Não imediatamente, entretanto, mas nos dias seguintes, o céu se abrirá e nos fará ver claramente o Sol da Justiça, que tanto desejamos, trazendo-nos a Salvação e a bonança em suas asas.... os sonhados tempos de refrigério e o descanso merecido dos nossos labores. Ele nos fará brilhar como estrelas radiantes, refletindo, neste frio e escuro mundo, então restaurado, a eterna e aconchegante luz do amor de Deus, que atrai a todos, e que já devemos manifestar desde agora, independentemente de como o tempo está lá fora ou aqui dentro. (Daniel 12.3; Malaquias 4.2)

A todos, mais uma vez, um bom resto de dia, muita paz e uma ótima semana!


16 de julho de 2010

E agora virou crente...

“Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para o crer.” - Mateus 21.31-32

Dia desses conversávamos sobre pessoas que se arrependem e mudam de vida. Mas sempre tem alguém que fica inconformado e caçoa: "É assim... Depois que pintou e bordou, se prostituiu, usou droga, matou, roubou, traiu... de uma hora para outra vira crente e fica santo! É muita cara de pau!"

Cara de pau por quê? Seria preferível seguir um estilo de vida destrutivo de si e dos outros? Arrepender-se, pedir perdão e mudar de vida é algo ruim ou desonroso?

Certamente, se quem tece esse tipo de comentário tivesse alguém na família com uma vida desregrada e/ou criminosa, que tivesse dado essa meia-volta rumo a Deus, agradeceria por ver a mudança. Ou, porventura, se alegraria em ver a degradação da família e de um membro dela até o fim, só para ter de quem falar mal?

Ao tecer esse tipo comentário, tais pessoas querem mostrar como são boas diante de Deus ou melhores que as demais: como se elas próprias não tivessem seus esqueletos escondidos no armário e não precisassem de mudança de vida (Lucas 13.5); como se não estivessem agindo como o fariseu que condenou o publicano (na parábola contada por Jesus em Lucas 18.9-14)... Como se achassem que até o próprio Deus está muito satisfeito com sua arrogância, cegueira (para ver seus próprios erros), falta de arrependimento, de amor, de misericórdia e de gratidão a Ele! (Romanos 1.21)

Ignorando o que Deus pode fazer na vida de um homem, muitos deixam de aproximar-se do Senhor Jesus Cristo, que veio buscar e salvar o que estava perdido. Porque os sadios não precisam de médicos mas os doentes, sim. (Marcos 2.17)

Negar a doença do pecado não resolve o problema. Antes agrava o estado de quem não busca o necessário tratamento. Tentar curar-se sozinho é inútil porque apenas Jesus Cristo pode ministrar essa cura: somente Ele morreu pelas nossas transgressões, pagando a penalidade devida, já que era impossível salvarmo-nos por nossos esforços, contaminados pelo nosso pecado. (João 14.6; Atos 4.12)

Tampouco melhora a situação de um paciente escarnecer de quem está em tratamento ou se vangloriar de que "não está tão mal" – essa negação esconde a rebeldia e a insensatez que nos matam, e que, a longo prazo, podem fazer com que vivamos nossa vida sem jamais provar o amor e a libertação que há em Cristo, sem os quais jamais poderemos estar junto a Deus. O pecado encontrou sua punição única, total e devida na cruz de Cristo. (1Pedro 2.24)

Um pecador não é perdoado por uma boa obra (ou por várias), assim como um homicida não é isento de pena por ser e sempre ter sido um bom pai, um bom marido, um homem educado e querido por todos, que paga seus impostos e contas em dia. Apenas Jesus, que entregou-se ao castigo por nossos pecados, pode dar-nos o perdão de que necessitamos. E o fará graciosamente a todos os que decidirem deixar o pecado, confiar nEle e segui-lo – e isso inclui você! (Atos 2.38; 3.19)

Pense bem antes de fazer comentários sobre quem foi tão agraciado com o amor de Deus e mudou de vida: lembre-se de que mais foi amado quem mais foi perdoado! (Lucas 7.47) Talvez lhe ajude imaginar a reação de Deus ao ouvir seu gracejo infeliz sobre a vida de alguém que ele fez nascer de novo, depois de tê-lo amado tanto, ao ponto de haver entregado seu único Filho, Jesus Cristo, a uma torturante morte na cruz, para salvá-lo! (João 3.36)

11 de julho de 2010

Vídeo - Jesus Cristo Mudou meu Viver

Assisti a este vídeo musical, muito bonito e emocionante, no blog de Danilo, Genizah. Sobre ele havia uma explanação de Rubinho Pirola, que cito por achar bastante importante:

"É um vídeo produzido em Uberlândia, na minha igreja. A Igreja Sal da Terra. O original é de uma igreja americana, mas todo o pessoal é daqui. Conheço os testemunhos todos e todo mundo - até os cantores.

O Japinha que foi curado de um câncer - cara, toda a cidade ficou chocada, especialmente a classe médica. É MEU SOBRINHO. ARTHUR HASSEGAWA É O SEU NOME. Câncer nos ossos da coluna. E ele está ai, pregando e tudo. Todos salvos e com a vida transformada."

Em tempos em que estamos saturados de testemunhos de pessoas que mudaram de igreja ao invés de mudar de vida e cuja única transformação parece ter sido de ordem patrimonial (tais "testemunhos" que seguem a equação  a seguir: "testemunho" = comercial de denominação + incentivo a ganhar bens materiais - necessidade de arrependimento - mudança de vida - fé em Jesus Cristo - discipulado + apelos baseados em promessas que Deus não fez, levam até a crer que Jesus é uma espécie de banqueiro que vive para cuidar de suas finanças, não o Deus Salvador que lhe ama e que quer salvar sua vida), uma coisa assim é um colírio! E merece divulgação.

3 de julho de 2010

Orando de si para si mesmo

Vi esse vídeo no Púlpito Cristão, e achei muito importante divulgá-lo aqui também. 

Trata-se de um vídeo do blog Voltemos ao Evangelho sobre orações e atitudes arrogantes do nosso dia a dia, que praticamos inconscientemente e estão relacionadas à nossa "vida espiritual". 

Se você costuma orar diariamente e ouvir sobre oração durante o culto, já deve estar muito familiarizado com aquele velho chavão que diz que "Deus sempre responde às nossas orações com um sim, um não ou um espere". 

Mas como reagiria se soubesse que Deus nem se deu ao trabalho de ouvi-lo, que sua oração foi inútil e ainda por cima pecaminosa? 

E se você soubesse que Deus desprezou várias de suas orações por causa da sua soberba, do seu egoísmo e da sua glorificação de si mesmo, ao invés de buscar a glória de seu Criador? 

E se descobrisse que Deus não está nem aí para aquela oração inflada de você mesmo e de toda a sua cegueira espiritual habitual, que você julga não ter, mas que é a sua rotina diária de "espiritualidade"? 

Assustador, não é? Pois bem, você deve mesmo ver esse vídeo.


(Não pus o vídeo aqui no blog porque, sendo widescreen, ele não se encaixa bem na largura  da coluna destinada aos textos nem no seu menor tamanho. Devo providenciar mudanças.)

1 de julho de 2010

Evangélicos no meio da crise

Esses dias eu estive numa livraria evangélica da minha região. Ao passear pelas prateleiras cheias de ótimos livros, encontrei uma raridade: “Evangélicos em Crise”, de Paulo Romeiro. Eu já tinha lido ótimos comentários a respeito desse livro. Meu pastor o tem e me havia oferecido emprestado, mas nunca tinha me dado ao prazer de lê-lo.

Decidi comprá-lo porque sabia que o livro, além de recomendável, estava estalando de novo, era o último exemplar e eu sabia que já estava esgotado (já que a edição é de 1999). Eu conversei com o livreiro na ocasião e fiquei muito contente de saber que ele é uma pessoa esclarecida na fé, e que não adquire livros sabidamente prejudiciais à igreja – dava pra ver esse cuidado só de conferir as prateleiras. Pena que não é sempre assim nas livrarias, não é?

Para quem não conhece o livro, ele é uma continuação melhorada do “Supercrentes”, do mesmo autor. Esta obra também é ótima e de rápida leitura (eu havia lido anos atrás, emprestado por meu antigo pastor). Ambos tratam de apologética interna, ou seja, temas que servem de obstáculo, desvio da ortodoxia e incômodo para o evangelho e para a vida espiritual da igreja, e que – uma pena – partem de dentro dela própria!

“Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; e que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si.” - Atos 20.28-30

Logo nas primeiras páginas, pude perceber a situação caótica por que a igreja evangélica brasileira já passava por aqueles tempos. Fiquei impressionado, confesso, pois converti-me em 1998 e o livro é de 1999 (4a edição)... Perguntei-me onde eu estava naquela época que não me dava conta de tudo aquilo que o autor mencionava no livro.

Graças a Deus, a guerra espiritual na igreja estourava e eu estava sorridente com Jesus, pedindo licença para passar pelo meio dos escombros que eu não via. Nessa época eu passava pela “lua-de-mel” da conversão, por aquele momento de deslumbramento e felicidade que subverte a vida impetuosamente, e que, infelizmente, um dia acaba. É quando você cai na real, que está no meio de um combate e não num parque aquático celestial.

Talvez fosse o efeito “slow motion” da “lua-de-mel”... Talvez fosse o cuidado de Deus para comigo mesmo: em não me permitir enxergar a terrível Matrix logo naquela época, sem estar pronto e alimentado apropriadamente para o baque de tristeza que a cena me traria.

Ok, de volta ao século XXI, lendo o livro, hoje, pude constatar, infelizmente, que a esperança do autor não se cumpriu. Quem alçava falsas profecias e pregava heresias destruidoras continuou se aperfeiçoando no seu mal e ajudando a\causar mais baixas entre os companheiros do evangelho da paz. Fiquei triste de ver que se a coisa parecia estar perto do fundo do poço naquela época, hoje está muito pior!

O que tivemos de aumento nas fileiras do movimento evangélico, estatisticamente falando, desde então, aparentemente, foi uma carga morta, um grande prejuízo para o testemunho, um gol da Argentina contra nós. Onde estamos errando se é fato que os números crescem?

Digo “aparentemente” porque sei que no meio de muito estrume, sempre há muita vida, e aquelas que saem no tempo certo. Pois no meio do estrume também se lançam sementes, com a semente também vem a fé, a luz de Deus, o crescimento e as flores – e as ervas daninhas que aguardam sua hora.

A igreja está aí. Pode até ser difícil de enxergar, duro de reconhecer, mas Deus está cuidando de nós. E nós devemos tomar parte nisso e cuidarmos uns dos outros.

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” Mateus 28.19-20

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” - Judas 3

27 de junho de 2010

Cavaleiros do Zodíaco

"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade." - João 1.14

Dia desses abri o Yahoo!, e, como matéria de capa, havia algo sobre mapa astral, coisa tipo sol com Era de Peixes etc. Logo, logo, eu poderia dizer "nada mais 'gospel'!"... Exagero meu? Nem tanto. Pelo menos se levarmos em conta o que se fala em algumas igrejas hoje.

É verdade que quando as pessoas deixam de olhar para Cristo e servi-lo, começam a seguir modas como astrologia, numerologia, dentre outras marmotas "para garantir o sucesso". O negócio é ainda mais tosco quando tem uma maquiagem gospel, porque contagia, causa frisson nos empolgadinhos com novidades.

Depois "os crentes" se acham no direito de condenar os adeptos de outras religiões/filosofias por fazerem a mesma coisa, ou seja, confiar nas leis astrais e não na palavra de Deus.

Ouvi há muito tempo de uma amiga: "Irmão, este vai ser um ano de bênção porque é dois mil e sete! Sete é perfeição! Tome posse!". E eu pergunto: Qual é a diferença disso para a fé dos pagãos que vivem de superstições, nunca ouviram falar do Salvador, e vivem à mercê de ano do macaco, do galo...? Parece que hoje, mais do que nunca, temos um campo missionário bem próximo: a Igreja! 


A propósito, alguém na sua igreja já ouviu falar de um tal Jesus que é a Verdade que liberta? Se não, entre em contato com o evangelho urgentemente!

Interessante foi a numerologia-cabalística-gospel empregada por uma banda evangélica num programa de TV. A vocalista disse no ar que abriu a Bíblia no livro de Esdras (ou terá sido Neemias? Sei lá!), depois de uma oração, e entendeu que Deus estava dizendo para ela o dia para a gravação do CD: 7 de julho de 2007 (07/07/2007), por causa de um número de dias lá descrito em que reconstruíram a muralha de Jerusalém -- com certeza Deus escreveu a passagem só pensando no CD deles e em quantas cópias eles iriam vender com essa historinha, só não tinha avisado para as coitadas das outras bandas evangélicas... 

De exagero em exagero, de moda em moda, de gafe em gafe, de cegueira em cegueira, o mundo gospel completa seus rápidos ciclos em torno de si mesmo e dos que o alimentam ideologicamente; e, nos dizeres de Salomão, "nada de novo existe debaixo do sol."

"...E o misticismo se fez 'gospel' e habitou entre nós. E vimos a sua parvalhice, como se fosse o último oráculo de Delfos, cheio de bobagem e futilidade."


"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." - João 8.32


"Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." - 2 Timóteo 4.1-4

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