25 de novembro de 2009

Evangelismo Automotivo Selvagem

Alguns religiosos sempre têm uma maneira rápida, impactante e simpática de apresentar sua mensagem para tentar salvar os outros.

Se você não é lá um desses felizardos mas sente uma vontade imensa de compartilhar o que crê com o mundo, driblando a timidez e a falta de carisma, experimente utilizar estes adesivos no seu carro:





[Quem é o seu Papi?]

 



[DEUS acredita na Pena de Morte... E Você?]

Mas se você quer salvar as pessoas sem muito lero-lero, indo diretamente ao assunto, você pode experimentar o adesivo impactante abaixo. Garanto que ninguém vai esquecer de você e da sua mensagem!



[Você ACREDITA em Deus? Se Não... VAI PRO INFERNO] 

Compre já estes mimos gospel clicando aqui.

19 de novembro de 2009

Um amigo de verdade ou um amigo de um real?

Dia desses eu estava tomando café da manhã com um colega de trabalho (quase um "café da tarde" porque não comemos cedo) e estava passando o programa de Ana Maria Braga na televisão. Ela estava exibindo uma reportagem curiosa: um serviço de "amigos de aluguel".

A reportagem mostrava um grupo de rapazes e uma moça muito simpáticos que cobravam para sair com pessoas que não tinham companhia para ir às compras, ao médico, ao restaurante, ao salão de beleza, enfim... Pelo que entendi você pode pagar para eles irem para a igreja com você também, mas pode sair mais caro se alguém tentar exorcizá-los ou começar a gritar nos ouvidos deles.

É muito ruim ser sozinho, e, pior ainda, possuir amizades compradas. Michael Jackson, a grande estrela do pop de todos os tempos (especialmente se esses tempos estiverem dentro da década de 80) achava difícil ter amigos em quem confiar, amigos verdadeiros. Vi num noticiário uma declaração dele de que vivia perturbado com a ideia de que a maior parte das pessoas que se aproximavam dele era exclusivamente por interesse, não por amizade sincera.

Diante disso, eu pensei no relacionamento que temos com nossos amigos, na espontaneidade e naturalidade que ele tem. Acredito que você nunca pagou para sair com um amigo: não estou me referindo a pagar um almoço, um lanche ou um ingresso, mas remunerar alguém por sua companhia. Creio que você nunca deve ter iniciado uma amizade procurando pessoas que se ofereciam na lista telefônica... Tampouco imagino que você alguma vez tenha dado uma fetsa para comemorar um evento importante na sua vida e pagado a pessoas para lotarem o recinto e fingirem que o conhecem há muito tempo.

Amizade não é isso. Ninguém paga ou é pago para ser amigo. Amizade é algo que nasce espontaneamente entre duas pessoas, é um relacionamento construído, cultivado, e que traz consigo reciprocidade, prazer, problemas e compromisso. Amizade é algo que não tem preço mas tem muito valor e importância.

Você definitivamente não lembra de todos os momentos em que riu com seus amigos. Mas deve lembrar dos amigos com quem você compartilhou tristezas, problemas sérios, prantos, medos, desabafos... com quem brigou e com quem se reconciliou. Essa é uma das coisas que torna uma amizade muito mais especial: ela cresce, se evidencia e se fortalece nos momentos mais difíceis de nossas vidas.

E, com certeza, você tem amigos que se tornaram muito ligados, mas que antes disso nenhum dos dois se suportava ou ia com a cara do outro; e engraçado é que, quando temos amigos assim, um dia abrimos o coração, falamos o que pensávamos deles e escutamos o que pensavam de nós antes de sermos amigos, dando boas risadas - a amizade às vezes nasce de uma aversão como uma flor aparece no estrume.

A estranheza de se pagar por amizade é tão evidente que, certa vez, estavam vendendo "amizade verdadeira" por "R$ 1,00" no Mercado Livre: uma piada que rendeu bastante nos blogs de humor. Se uma amizade comprada não vale nada, imagine uma amizade comprada por uma ninharia, sem garantia, sem assistência técnica e com frete a combinar!

E a amizade de Jesus?

Interessante observar que Jesus já não nos chama "servos", mas "amigos"; porque Ele divide o que tem e promete estar sempre conosco. Ele disse que não há amigo maior que aquele que dá a própria vida por seus amigos, e ele próprio morreu em nosso lugar, para nos salvar, para ter-nos para sempre consigo. E não foi uma compra de amizade, mas um gesto de amor, um grande exemplo de alguém que é fiel e que cumpre suas promessas.

A Bíblia diz que Jesus Cristo é nosso advogado e conselheiro se alguém peca. Mas ele não nos defende com mentiras, negando diante de Deus que pecamos, mas mostrando suas chagas mortais, a eterna recordação diante do Pai de que ele foi ferido pelas nossas transgressões, pagando o preço pelos nossos pecados, a pena que merecíamos - uma amizade que nasceu do amor de Deus diante de nossa inimizade para com Ele.

Em Jesus temos um amigo perfeito. Completo. Padrão. E, considerando que fomos feitos filhos de Deus pela fé e pela graça concedida por ele em Cristo; que o propósito de Deus é que todos sejamos perfeitos como Jesus foi; e que Deus mesmo nos aperfeiçoará e completará a obra que começou em nós, podemos ter a certeza de que, no céu, seremos todos amigos perfeitos. E se Jesus diz que o Reino de Deus é chegado e que ele está dentro de nós, por que não nos dedicarmos a sermos bons amigos como Cristo é desde já?

Pense nisso.

14 de novembro de 2009

Milhões de portas de geladeira cobertas de razão

“O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.” - Salmo 23.1

Este talvez seja o versículo mais conhecido de toda a Bíblia. Certamente você já deve tê-lo pregado na porta de sua geladeira, na capa de seu caderno, no vidro ou no painel de seu carro. Mas, será que ele faz algum sentido real pra você?



O salmista, nesse belo poema de louvor que inspira milhões de vidas há séculos, demonstra um conhecimento maravilhoso e profundo da pessoa de Deus. E expressa a vivência, como ninguém, do amor, da direção e do cuidado de um Pai que está sempre presente na vida de seu filho – não digo “povo”, mas “filho”: pessoa, não multidão.


É esse conhecimento, tão estreito e mútuo, essa ligação de amor paterno, divino, simbolizado pelo cuidado de um pastor por seu pequeno e indefeso cordeiro, figura bem presente na vida do ex-pastor de ovelhas e ora rei de Israel, que faz com que esse salmo seja tão querido e presente na vida das pessoas que amam e são amadas por Deus.


O Senhor é o MEU pastor. E ele se revelou de muitas formas, sendo a maior e mais perfeita delas em Jesus de Nazaré, o simples carpinteiro que revelou ser o “bom” pastor de suas ovelhas, o Eu Sou, o Deus de Israel.



Ter Jesus como pastor e amigo é algo que sobrepassa a religião. Não é uma filosofia ou uma doutrina, não é uma ideia ou conceito, é um relacionamento, uma vida. Você já pensou nisto? Como pastor, Jesus conhece e ama cada uma de suas “ovelhas”, ele conhece seu nome, seu passado e seus amores, seus sonhos, seus temores e os mais profundos segredos de seu coração. Ele não lhe vê como gado, multidão, massa, produto, cifra, número ou referência de estoque. Ele tem você, e você o tem. E um está sempre no outro: você em Jesus e Jesus em você. Eternamente. Inseparavelmente. Nada pode nos separar do amor dele ou nos tirar de suas mãos. Fantástico, não é?



Isso para quem tem ideia do que é pertencer a Jesus, o qual se compadece das nossas fraquezas e nos dá forças, que está conosco nos nossos problemas e tragédias mesmo quando não o enxergamos, que se entristece com nossos fracassos e dissabores. Ele é o meu Pastor. Estou certo disso. E mesmo que os meus sentimentos não digam isso e que a melancolia me inunde, mesmo que a dor seja forte, que tudo dê errado, que não veja luz no fim do túnel, que a esperança pareça falhar, mesmo que eu ache que eu estraguei tudo e que não tenha um tostão furado no bolso... Eu posso ter a certeza de que ele está comigo e de que seu amor e cuidado por mim não falham.



Fiquei muito triste ao ver uma cena de um vídeo feito durante a Marcha para Jesus que foi veiculado na internet. Nele várias pessoas “evangélicas” se mostraram extremamente ofendidas pela manifestação de alguns irmãos, que protestavam contra a falta de ética de algumas igrejas que promovem a Teologia da Prosperidade, deixando de lado o evangelho e visando obter lucros, abusando da fé dos adeptos. Os irmãos condenavam a ideologia, a situação, não uma entidade ou grupo específico, e, por isso, não citaram nomes.



Não havia como negar a verdade da contestação desses poucos manifestantes divergentes, porém pacíficos, contra a extorsão religiosa da espúria “Teologia”. Entretanto, em defesa do indefensável, alguns “evangélicos” esqueceram que são “evangélicos” e reagiram com ataques físicos (jogando objetos) e dirigindo impropérios e vaias contra a discordância respeitosa e salutar dos irmãos.



O que isso tem a ver com o início do texto? Simples: alguns manifestantes, diante da confrontação pacífica à sua Teologia da Prosperidade, tentando defender a torpe doutrina de Mammom, demonstraram sua fidelidade, compromisso e apego incondicional a denominações e líderes, em detrimento da palavra de Deus. Alguns destes líderes, por sua vez, são pessoas que apostataram da fé, comprometeram-se com lucros e falsas promessas de bênçãos financeiras, deixando de lado a pregação da mensagem do novo nascimento pelo arrependimento, fé e mudança de vida trazidos por Jesus Cristo. Ambos só têm deixado bem claro que seu pastor não é Jesus, mas o dinheiro, a instituição, líderes pecadores que nem sabem que eles existem. Que senhorio infeliz e medíocre!



Mas onde está Jesus, o bom pastor, nessa história? No coração dos manifestantes e de muitas pessoas que estavam ali. Jesus estava com eles. Não posso afirmar que o vi na reação indignada das pessoas que defendem criminosos que já foram penalizados por crimes que envolvem dinheiro e mentiras, e que, fazendo-se de vítimas, demonstram não haver-se arrependido dos seus pecados, principalmente quando estão ocupando um posto onde o exemplo de santidade, verdade e modéstia deveria ser o cartão de visita. Não posso dizer que vi Jesus na reação de pessoas que, diante da escolha entre a verdade e a passageira fábula institucional, preferem agir como escravos desta, deixando de lado todos os princípios cristãos por uma aparência de cristianismo que é puramente o fanatismo típico de torcida organizada de time de futebol, uma fé desperdiçada que com o tempo pagará seu falido investimento.



Como disse alguém, “o dinheiro é um servo rico, mas um senhor miserável”. Por isso reafirmo, juntamente com os cristãos, os protestantes e as portas de geladeiras de todo o Brasil: “O Senhor é o MEU pastor”.

10 de novembro de 2009

A Beleza da Mansidão

Por Nancy Leigh DeMoss
Traduzido por Ana Paula Eusébio 

Podemos nos dar ao luxo de ser mansos em nossos dias? De acordo com Nancy Leigh DeMoss, a mansidão nem sempre é compreendida hoje em dia, é uma das qualidades bíblicas sobre as quais há menos compreensão. A única forma de podermos demonstrar mansidão é tendo Cristo em nós. Se não existisse Deus, aprender a ser manso não faria sentido algum. Entretanto, há um Deus que nos dá poder para aprender essa importante qualidade.

Não estamos falando de moralismo ou de ser correto em si mesmo. Estamos falando do Cristo que vive em nós, que pagou o preço pelo nosso pecado. Pelo poder de seu Espírito Santo, Ele derrama sua graça em nossa vida para nos tornar em algo que nunca poderíamos ser sem Ele.

Penso que mansidão é o que nos permite descansar nos braços de um Deus que se faz presente, que é bom, que sabe o que está fazendo.

Mansidão é dizer: “Sim, Senhor”. É se submeter à Palavra de Deus, mas também é se submeter à providência de Deus, às escolhas de Deus, às circunstâncias que ele coloca em nossa vida e em qualquer período. É dizer: “Sim, Senhor. Recebo isto como vindo de tua mão, quaisquer que sejam as circunstâncias”, e não resistir, não ficar ressentido, não fugir, mas abraçar a cruz. É receber determinada situação e perceber que o seu cônjuge, o seu filho ou as circunstâncias não são inimigos, são apenas instrumentos nas mãos de Deus. Deus tem um propósito nisso, tem um propósito em sua vida.

A mansidão ou a ausência de mansidão é demonstrada em nosso coração antes de ser exposta de qualquer outra forma. Muitas vezes acontece em pensamentos sobre os quais ninguém mais sabe, ou em formas de avaliar as coisas, ou de ter os sentimentos feridos tão facilmente. A falta de mansidão pode ser demonstrada em vários tipos de comunicação, até em emails, em ligações, em pequenas coisas como quando atropelamos as pessoas com palavras, sem gentileza, rudes, sem consideração, sem zelo a respeito sobre como a outra pessoa está recebendo aquilo tudo.

A mansidão importa para Deus. O livro de Sofonias 2, verso 3 nos diz para buscar a mansidão. Colossenses 3.12 diz para nos revestirmos de mansidão. 1 Timóteo 6.11 nos diz para seguir a mansidão.

Antes de tudo, precisamos reconhecer que a mansidão não é algo que vem naturalmente. Não é uma questão de ter uma personalidade naturalmente mansa. Algumas pessoas são naturalmente mais quietas ou mais reservadas, mas isso não significa necessariamente que elas são mansas. Ninguém tem espírito naturalmente manso. A mansidão é sobrenatural, é uma expressão do caráter de Cristo, é um fruto do espírito. É uma graça trazida pelo Espírito de Deus e que sem Ele não é produzida. A mansidão acontece quando Deus toma sob seu controle nossas reações e instintos de forma a torná-los mansos como Cristo é manso.

Embora altamente valorizada por Deus, a mansidão não é valorizada pelo nosso mundo. Não está na moda, não é politicamente correta, vai contra a cultura, nada contra a correnteza. O mundo estima justamente o oposto da mansidão — ser autoconfiante, defender seus direitos, ser exigente, dizer o que pensa, fazer as coisas do seu jeito. O mundo olha para as pessoas mansas e diz que elas são fracas, Deus olha para as pessoas mansas e diz: “elas me lembram Jesus”. O mundo detesta e despreza a mansidão, mas estima e valoriza o que Deus detesta.

Temos de decidir se estamos dispostos a nadar contra a correnteza a fim de buscar a mansidão.

[Atualizado em 13 de novembro de 2009 para correção do nome do autor]

7 de novembro de 2009

O Cadáver que a Chuva Molha

Por Jorge Fernandes
Publicado originalmente no Kálamos


Muitos se perguntam se o Inferno existe. E dou-lhes certeza, existe! Por que a Bíblia diz. Não vou nem me ater a relacionar versículos. Eles estão em tão grande profusão por toda a Escritura que é desnecessário. Se alguém lhe falar que isso é “lenda”, “mentira”, “coação psicológica” ou “radicalismo teológico”, afaste-se dele, pois o objetivo é unicamente o de destruí-lo definitivamente, assim como ele mesmo se acha devastado.


Nos piores momentos de impiedade da minha vida, quando estava escravizado pelo pecado, eu acreditava tanto num tipo equivocado de amor divino, um amor engodado e subjugado, que não O considerava capaz de me condenar. Em minha loucura, achava que o Deus bondoso não poderia criar um lugar tão terrível como o descrito na Escritura, onde os pecadores fossem lançados e atormentados eternamente, "para o fogo que nunca se apaga, onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga" [Mc 9.43-44]. O meu coração estava tão corrompido pela autocompaixão, que o Seu amor era uma espécie de escudo protetor a me desobrigar de cumprir a Sua palavra, garantindo-me descumpri-la, e manter-me enredado no caminho pervertido. O objetivo era de que a minha iniqüidade prevalecesse sobre o amor de Deus; era como o calço que equilibraria a mesa defeituosa e manca; uma muleta capaz de fazer o coxo se arrastar sem que seja curado do seu mal. Era preciso que eu anulasse a Sua justiça e, por conseguinte, o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário, com a idéia perversa de um amor contemplativo e inútil, suficiente para me manter num coma irreversível.


É interessante como tudo se processa:


1) O conhecimento de Deus e de Sua Lei Moral, inatos em minha alma, revelavam-me os pecados, ainda que não os assumissem como tal.


2) Para justificá-los, apelava para o amor complacente, tolerante e conveniente, o qual julgava divino, quando não passava de uma tentativa desesperada de ser aprovado por Ele, sem a necessidade de arredar o pé da antiga vida de pecados.


3) Então suprimia o Inferno e qualquer tipo de condenação; acreditando que mesmo o diabo seria absolvido em nome desse suposto amor divino. No fundo, não passava de uma tentativa frustrada de demovê-lO da sua convicção, de considerá-lO volúvel e maleável, facilmente moldado por todo o meu coração perverso e estúpido.


4) Por fim, como a Escritura é categórica em relação ao julgamento de Satanás [e também do réprobo], optei pela sua não existência; e as citações escriturísticas não passavam de apelos morais à minha consciência, no sentido de o mal ser condenado e combatido na sociedade, sem que o pecador o seja. Desta forma, as criaturas tornavam-se mais importantes do que o Criador, e o projeto de santidade de Deus era uma mera obsessão ortodoxa, um delírio teológico legalista [1].


5) A expiação do Senhor, o tema central e corrente de toda a Escritura, passou a ter também um apelo meramente moral, no sentido de se buscar, seja na bondade, no serviço, na consciência, na integração social, o bem que há em nós e que sempre vencerá o mal. Somente desse modo a humanidade evoluirá por seus próprios meios, à sua maneira, até finalmente alcançar a perfeição [2].




Assim, progressivamente, vai-se afastando da revelação especial, em detrimento de uma “revelação pessoal”, na qual o ímpio conforta-se com a idéia de que tudo será perdoado, ainda que não seja necessário arrependimento, ainda que seja preservada a sua velha natureza, e a dissolução servisse de prêmio à desobediência, à leviandade, ao ignóbil pensamento de que se é possível “passar a perna em Deus”.


O novo-nascimento operado pelo Espírito Santo, primeiramente, nos revela a nossa condição imoral e iníqua. Sem a constatação do que somos, o reconhecimento de que estamos verdadeiramente perdidos e mortos para Deus, não há arrependimento nem salvação. Duvido do crente que diz que sempre foi crente. Por menor que seja o processo de regeneração, por mais tênue que seja a diferença entre a sua vida pregressa e a nova vida, há de se arrepender. Mesmo crentes nascidos em berços cristãos, cujos pais, avós e bisavós eram crentes, terão de se deparar mais cedo ou mais tarde com os seus pecados, sendo confrontados pela Palavra e o mover do Espírito em suas vidas. Ainda que se tenha lido a Bíblia muitas vezes, ouvido dezenas de pregações, e até se concluiu o seminário, o Evangelho não passará de construções gramaticais aos seus olhos e ouvidos, nada além de palavras e frases sucedendo-se sem sentido, ou quando muito, confundindo-o.


Porém, quando Deus o confronta com o texto bíblico e o Espírito Santo lhe revela a sua condição de rebelde, mostrando o seu estado miserável diante da santidade e glória divinas, não há como resistir: somos inapelavelmente abatidos em nossa soberba, nossos olhos são abertos, nossa mente é conformada à mente de Cristo, os joelhos se dobram, a cerviz se curva, e a escravidão do pecado é-nos arrancada, reconhecemos Cristo como Senhor, e somos eternamente salvos pelo Seu perfeito amor.


Então, qualquer tentativa de se minimizar o novo-nascimento como a transposição radical do reino das trevas para o Reino da luz, deve ser combatida. Nada é mais diabólico do que rejeitar o novo-nascimento, porque sem ele, o homem apenas será mantido no estado de impiedade, sustentando a inimizade contra Deus, a sua condição de caído em Adão, e a perpetuar a sua natureza carnal, conservando-se morto.


Sem a regeneração, não há salvação. Não adianta saber todos os versículos de cor, nem ter uma vida de aparente piedade, nem estar a serviço da igreja, nem dizimar e ofertar, nem participar da ceia, nem mesmo pregar a palavra. Deus pode usá-lo de várias maneiras [e o usará quer você queira ou não] e você pode até mesmo estar convencido de sua salvação, mas a sua fé não é por Cristo, mas em seus méritos próprios. E ninguém será justificado por obras de justiça própria; porque a sua fé não está nEle, mas em si mesmo, em seu esforço, e no grande cristão que você aparenta ser; nada disso surtirá algum efeito, a não ser condená-lo; ainda que se considere bom o suficiente para receber a misericórdia divina, quando, se não for lavado no sangue do Cordeiro, não poderá chegar diante do Seu trono alegando qualquer outra justificativa. A única que satisfaz o Todo-Poderoso é ser expiado por Cristo, e ser absolvido dos pecados pelo Seu sacrifício remidor.


Você não passa de um tolo! Não é salvo. Nunca foi. E continua sob a ira de Deus.


Se não houver aquele dia, em que numa ínfima fração de tempo você se viu como realmente é, e foi movido irresistivelmente pelo Espírito Santo a ser como Cristo, você ainda está morto em seus delitos e pecados. De nada adiantará espernear, alegar inocência, porque a obra de salvação é completamente de Deus, e o homem não pode auxiliá-lO em nada. Tudo é dEle para o eleito, o qual foi destinado para a vida eterna apenas pela Sua vontade. “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado” [Rm 6.6].


O réprobo somente faz produzir provas contra si, infringindo a Lei Moral tantas vezes quanto a sua mente caída é capaz de se deleitar na malignalidade.


Por isso, muitos se recusam a crer no Inferno e na condenação; por que não foram regenerados, e se não foram, como acomodar os seus pecados à Palavra? Não tem jeito. É impossível. Então usarão de artifícios para desqualificá-la, distorcê-la ou recriá-la. Ao idealizarem o paraíso, contentam-se em permanecer atolados no pântano como se fosse possível fazer dele um jardim sem remover toda a lama. Querem que brote flores no terreno estéril. Querem exalar o doce perfume de Cristo, quando estão apodrecendo. Querem-se vivos, quando estão mortos. Querem respirar, quando estão asfixiados. É como o cérebro sem oxigênio.


Assim é o ímpio.


O cadáver que a chuva molha.


___

Nota: [1] Interessante que os liberais nos acusam de todo o tipo de distorção. Dizem que traçamos absolutos quando eles não existem. Dizem que levamos a Bíblia a uma literalidade doentia. Dizem que o propósito de Deus não é o de condenar ninguém. Dizem que a revelação especial foi construída por homens, e, portanto, está sujeita a falhas. Dizem que Deus deu apenas uma idéia geral do Seu plano, e que os homens acrescentaram e distorceram essa mensagem inicial. Dizem que a Bíblia não é divina, mas humana; e tem apenas bons exemplos morais, mas nada que leve a criatura à salvação ou condenação.




Eles proclamam uma cartilha de motivos para a sua impiedade, para manterem-se em conluio com o pecado, sem que haja qualquer prova concreta do que afirmam; nada além da mais simplória e débil especulação. Contrariamente, podemos afirmar que eles não passam de incrédulos, de crentes em uma fé distorcida e talhada à imagem dos seus deuses: eles mesmos e o diabo. E isso não é mera especulação. É o próprio Deus falando através da Bíblia, a revelação especial.



[2] A qual nada mais é do que a integração de todos os povos, raças e credos numa simbiose capaz de fazer com que a humanidade se unisse no projeto de construção do homem ideal. Isso significaria a união da luz com as trevas, do bem com o mal, do absoluto com o relativo, do fundamental com o dispensável, de Cristo com Belial, do santo com o profano, do incorruptível com o corrompido. Seria o mesmo que fundir água e óleo; e sabemos que eles não se confundem.

1 de novembro de 2009

Óculos-de-Sol-Eu-Amo-Jesus-João-Três-e-Dezesseis-Azul-Celestial


A Marcha para Jesus está chegando e você ainda não sabe o que usar para sair na vanguarda da batalha espiritual e deixar seus "brothers and sisters in Jesus" babando com o numero de almas que você vai salvar?


Respire fundo e grite glória porque seus problemas acabaram!


Com os novos Óculos-de-Sol-Eu-Amo-Jesus-João-Três-e-Dezesseis-Azul-Celestial, você vai estar na visão!


Com a sua cobertura espiritual ectoplásmica sombreada UVA e UVB superexclusiva, que só eles sozinhos podem lhe dar, o sol não lhe molestará de dia nem a lua de noite! Você poderá enxergar com facilidade sarças flamejantes à distância, no tempo e no espaço!


Com um alcance visual tão onipresente, você enxergará todos os reinos da terra, não tropeçará em pedra alguma, não cairá no laço do passarinheiro e poderá sair correndo da peste que assola ao meio-dia antes que ela lhe pegue.


E não é só isso: só os Óculos-de-Sol-Eu-Amo-Jesus-João-Três-e-Dezesseis-Azul-Celestial vem com o Sistema Hipocritex-Protection, que impede que as pessoas chatas e os críticos de internet, que não fazem nada, possam ver e tirar os ciscos de estimação da menina dos seus olhos!


Você não vai querer perder essa lapada de bênção! Ela pode ser sua por uma reles oferta volotária de R$ 900,00.


E se você ligar agora, nós lhe enviaremos absolutamente grátis, não apenas um, mas dois frascos do "Colírio Apocalíptico Eu sou Demais", importado diretamente de Laodicéia-Paraguai, e um pote da "Loção Facial Humectante de Peroba", trazida diretamente de Brasília.


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[Fonte da imagem - que não tem nada a ver com a brincadeira]

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