28 de dezembro de 2010

Olhando pra trás. Olhando pra frente.

Olhar pra trás por cima do ombro, sem alterar sua tragetória enquanto pedala, é uma arte que eu já não dominava mais. Imprescindível para quem quer se aventurar no trânsito. Embora deverei sofrer menos assim que instalar um espelho retrovisor do lado esquerdo, conforme a lei (em teoria) obriga todo ciclista a usar.


Esta habilidade em olhar tudo à sua volta enquando pedala, além de proporcionar segurança, faz dos trajetos algo mais divertido e interativo. Ontem mesmo experimentei dois momentos interessantes. O primeiro foi cruzar com outra pessoa usando capacete. E esta pessoa sorriu, como se dissesse algo do tipo “ei! você não é o único alienígena nesta cidade!”. Num segundo momento encontrei uma garota empurrando a magrela na subida mais desgraçada do meu trajeto diário. Ela estava com aquela cara de “comecei a pedalar hoje”. Infelizmente não foi possível parar e conversar. Mas quem sabe numa próxima oportunidade.

Uma vez na TV vi um sociólogo falando sobre a pós-modernidade. Não me lembro seu nome. Mas em sua análise ele dizia que:

“Apenas os artistas e os loucos são contemporâneos de si mesmos. Todas as outras pessoas ou vivem do saudodismo do passado, ou com a ansiedade do futuro.”

Então tenho meditado sobre a necessidade de, olhando por cima do ombro, devo sim contemplar o passado, mas sem jamais me desviar um mísero centímetro de minha tragetória. E pelo caminho proposto, não devo perder a sensibilidade para enxergar as pessoas. A intensidade da vida é sentida no HOJE e, ansiedade pelo futuro nos faz esquecer disto.

O que Deus tem pra hoje, deve ser vivido hoje. O que vivemos no passado trouxe experiência, mas isto não pode ser transformado em bagagem eterna. O que sentimos e sofremos é o que nos trouxe até aqui. Então, tudo deu certo. De uma forma ou de outra.

Em 1 Coríntios 1:18 está escrito que “a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus”. E isto faz todo sentido pra mim. Quero viver a loucura do evangelho para, mediante uma espiritualidade viva e vibrante, me tornar um contemporâneo de mim mesmo. E de lambuja animar outros a fazerem o mesmo.

Por Ariovaldo
Publicado em seu blog, que recomendo muito visitá-lo porque considero excelente!

15 de dezembro de 2010

Comemoremos: não é o Natal!


Vendo um telejornal esses dias, surpreendi-me quando veicularam uma matéria em que uma pesquisa feita com centenas de brasileiros revelou que o estresse aumenta cerca de 75% nas últimas seis semanas do ano, levando muitas pessoas a beberem mais, fumarem mais e consumirem mais medicamentos. Não tinha percebido esse tamanho estresse de fim de ano até ontem, quando saí de casa para fazer compras emergenciais, ao ser empurrado para o outro lado da calçada, gratuitamente, por uma senhora que vinha em sentido contrário.

Fim de ano é um período tenso. Não era para ser assim, mas infelizmente é. A virada do ano vai se aproximando, época de festas, e inúmeras coisas começam a encher nossa cabeça, nossa agenda, nosso dia e esvaziar nossos bolsos.

No início da manhã encaramos os velhos trânsito, transportes lotados, calçadas abarrotadas de gente, barulho, sol ou chuva e poluição até chegarmos ao trabalho, onde corremos contra o relógio para realizar nossas tarefas, na expectativa de fecharmos o balanço anual de maneira positiva e com um sorriso no rosto. Saindo da labuta, nos deparamos com muita gente em pouco espaço, coisas e pessoas para lembrar, programação de recesso natalino e de serviço eclesiástico, contas para pagar, orçamento para se ter em conta (considerando que ano que vem tem material escolar, IPVA e outros impostos...), cansaço antes, durante e pós-recesso, ressaca para alguns... São praticamente dois anos para caber em cerca 30 dias. E o resultado? Muita responsabilidade, correria, estresse, tensão, irritação, ansiedade, depressão, decepção e esgotamento.

Toda essa realidade cotidiana nos distancia muito do real sentido do Natal. A mídia alardeia que teremos um Natal “magro”, “gordo”, “ruim”, “péssimo”... levando em conta apenas os aspectos econômicos do período. O Natal não precisa se parecer com o Corcunda de Notre Dame só por causa da cotação do dólar, das limitações do cartão de crédito, do sobe e desce do consumo e das incertezas do ano que vem.

O Natal de verdade, que é a comemoração da encarnação de Jesus Cristo [João 1.14-18], que veio ao mundo como homem para salvar-nos dos nossos pecados [Mateus 1.21-23; Lucas 1.30-35], não está atrelado a variações temporais. Obviamente esta realidade deveria ser lembrada e festejada diariamente [Lucas 2.10-11], mas, por diversos motivos que não abordarei, é enfatizada apenas no fim do ano, e de maneira bastante distorcida, por muita gente – tanto pelas que o comemoram quanto pelas que não o comemoram.

Regozijemo-nos, pois Jesus veio ao mundo!

Já que nestes dias estamos relembrando e enfatizando este evento aguardado pelo povo de Israel, que estendeu a esperança a todos os povos que jaziam nas trevas [Lucas 1.67-79; Mateus 4.14-16]: um marco na história festejado por anjos, por simples pastores e por reis; um real motivo de grande alegria para todos nós, de todas as épocas; tenhamos isto bem presente em nossas mentes – “Deus conosco!” – e o ano todo!

Quando olhar para a neve de mentira caindo sobre tudo, escutar reiteradas vezes aquelas musiquinhas batidas de brinquedos do Paraguai com as pilhas quase acabando, quando o salto quebrar, o pisca-pisca não prestar mais, vir a “hipocrisia natalina” generalizada, quando levar uma chuva danada e ainda por cima for obrigado a ouvir a enjoada música de Natal de Simone... ou se o ônibus estiver tão cheio que, se alguém pular, ficará suspenso até a próxima parada ou até chegar em casa... ou se uma velhinha, que você nunca viu antes, de repente lhe oferecer um empurrão na calçada molhada... não deixe que isso estrague tudo! Lembre-se: Não é o Natal – se bem que alguns até que tentaram! Mas alegre-se como se fosse! Porque Jesus veio e continua sempre conosco. Quer motivo melhor para aguentar tudo isso?

12 de dezembro de 2010

Natal Digital. E se o natal tivesse ocorrido hoje?

Alguém teve uma ideia muito interessante e fez este vídeo. Ele conta como teria sido o nascimento de Jesus se tudo tivesse acontecido com a utilização das redes sociais, de aplicativos de celular e da internet. Muito bom mesmo!

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