22 de junho de 2010

Fracasso bíblico


Por Ariovaldo
Publicado originalmente em seu blog Ariovaldo.com.br

Nas poucas vezes no ano em que temos a oportunidade de esbarrar em pessoas de ministérios de todo o mundo, sempre surgem algumas questões importantes a serem avaliadas. Como por exemplo se o que fornece “liga” para a unidade ministerial de pessoas de diferentes igrejas são “bençãos” ou “conveniências”.

A hipocrisia nos relacionamentos se torna comum em ambos os casos. E então as pessoas vivem de evento em evento, celebrando o culto de si mesmos; aproveitando cada momento para compartilhar do lado mais bonito de seus ministérios fracassados. E antes que me acusem de herege por chamar a outros de fracassados, deixe-me explicar mais detalhadamente o conceito do que vem a ser fracasso.

O modelo de fracasso bíblico consistem em dizer que, por mais abençoado que Deus tenha lhe feito, haverão muitas oportunidades em que teremos todos os motivos para nos sentirmos desmotivados. Por mais que uns vivam debaixo da proteção fictícia dos “brados de vitória” e dos “atos proféticos”, inevitavelmente estes também irão falhar. É como se Deus tivesse um prazer sádico em ver seu povo perecer. Mas, quando conhecemos a Deus e à sua palavra mais detalhadamente, percebemos que seu intuito está em nos trazer algum aprendizado. Não que seja necessário sofrer para se aprender algo, mas… inevitavelmente, algumas lições só se aplicam em determinadas pessoas por intermédio da didática adequada. Então, se você é um mané qualquer caminhando sobre a face da terra, ou um dos 70 que foram treinados pessoalmente por Cristo, para todos se aplicam os mesmos conselhos do mestre:

- Quando chegarem em uma cidade e não lhes receberem, partam para a próxima cidade. Sem levar poeira nos sapatos… e nem rancor.

Jesus enfatiza este discurso pelo simples fato de que IREMOS FALHAR. Por mais que você se santifique, uma hora a vaca vai pro brejo.

Compreendido este conceito, torna-se possível perceber que os relacionamentos entre ministérios diferentes só são autênticos quando fundamentados nas carências de cada um. Por que, se a fundamentação estiver na conveniência, logo substituímos os relacionamentos por outros mais convenientes; e se fundamentados na hipocrisia, logo nos cansamos e simplesmente não nos esforçamos mais em manter a unidade.

Nossas desgraças é que nos unem verdadeiramente. Por que ao compartilhar do sofrimento, percebemos que nossos irmãos por todo o mundo estão sofrendo das mesmas angústias. E também percebemos que Deus continua a nos guiar, mesmo que ainda não sejamos capazes de perceber como os problemas serão resolvidos.

Mas como objetivo do evangelho não é resolver problemas, então está tudo bem. Pois não são os problemas que nos “tirarão” do céu… mas os detalhes.

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